Seis herdeiros valem tanto como 49 milhões de famílias - TVI

Seis herdeiros valem tanto como 49 milhões de famílias

Walmart

Economista faz comparação direta a propósito de desigualdade, a partir da fortuna dos donos do Walmart

É uma comparação direta a que faz o economista Josh Bivens para expor a desigualdade na distribuição da riqueza. Os seis herdeiros da cadeia de retalho Walmart valem tanto como 41.5 por cento das famílias norte-americanas mais pobres, todas juntas.

O número é este: a família Walton, descendente dos fundadores da cadeia e ainda dona de 48 por cento do império Walmart, tinha em 2010 um valor estimado de 89,5 mil milhões de dólares (72,8 mil milhões de euros). Josh Bivens, do Economic Policy Institute, comparou esse valor com os dados sobre as riquezas das famílias nos Estados Unidos divulgados pela Reserva Federal Americana, a partir dos dados da Pesquisa de Finanças dos Consumidores.

Foi somando, até chegar à conclusão de é preciso somar 41,5 por cento das famílias que menos rendimentos têm para chegar a esse valor. No total são 48,8 milhões de lares.

Também notou que a diferença é cada vez maior. Em 2007, da última vez que tinha sido realizada aquela pesquisa, tinha sido feita comparação idêntica por uma investigadora da Califórnia e nessa altura «chegavam» 30,5 por cento dos lares americanos mais pobres para atingir a fortuna dos Walton.

Entre 2007 e 2010 não só os Walton ficaram mais ricos como os norte-americanos ficaram em média mais pobres, nota Bivens.

O economista sustenta depois estas conclusões procurando refutar os argumentos dos críticos deste tipo de comparação. Nomeadamente a ideia de que estas contas são falaciosas porque uma percentagem significativa das famílias norte-americanas tem rendimento bruto negativo. Ou seja, tem dívidas em valor superior ao dos seus bens. Aliás, a percentagem dessas famílias também aumentou de 7,7 por cento para 11 por cento neste período.

Bivens admite que o argumento tenha alguma razão de ser, que algumas das famílias com rendimentos negativo não são necessariamente pobres, e dá um exemplo. Um estudante que se formou em medicina em Harvard tem uma enorme dívida ao banco para pagar, mas tem um potencial grande de rendimentos no futuro.

Então, Bivens faz mais um exercício e toma os rendimentos dessas famílias «negativas» como rendimento zero. Ainda assim, dá 33,2 milhões de famílias necessárias para chegar à fortuna dos Walton. E depois ainda faz outra conta. Pegando nos rendimentos da família média americana, que ganhava 77,300 dólares em 2010, ainda assim eram precisos 1.16 milhões de lares para chegar ao tal valor. Em 2007 eram 580 mil.
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