Duas empresas, um foco: abanar negócios tradicionais e atraí-los como parceiros - TVI

Duas empresas, um foco: abanar negócios tradicionais e atraí-los como parceiros

Um pulinho à Web Summit

Uma empresa é brasileira e quer substituir-se às agências de eventos. A outra é portuguesa e quer ser um tipo de agência imobiliária diferente, que aposta num trabalho em rede. Duas ideias de negócio apresentadas na Web Summit

Paçoca de amendoim e doce de leite, brindes para "quebrar o gelo" ao passar pela banca de Fernando Toti, na Web Summit. Palavras do próprio brasileiro que estrategicamente sabe captar a atenção. Criou uma plataforma através da qual as empresas podem dispensar agências para organizar e publicitar os seus eventos. 

Fala com entusiasmo do seu bebé de três meses, a UPSampa, como o nome indica nascida em São Paulo. "Estive no Vale do Silício (Silicon Valley) e o mundo inteiro está preparado para esta tecnologia, Você entra e faz sozinha a campanha".

Basicamente, a empresa pode criar, planear e produzir o evento através da plataforma, que põe o cliente diretamente em contacto com os prestadores de serviços. Entram diretamente e orçamentam tudo: alimentação, bebidas, equipamentos, comunicação digital, etc. Sem as agências tradicionais como intermediárias.

Uma russa com uma agência tradicional veio aqui e morreu de medo de isto arruinar o negócio dela. A gente disse calma, vamos ser parceiros, ajuda-nos a entrar na Rússia.".

Este é também um dos objetivos da Nomad Real Estate Solutions, uma agência imobiliária com um ano de existência e que se apregoa diferente. Na receção aos curiosos, certamente: oferta de um preservativo com a frase: "A diferença entre cama para um e cama para dois". "Um T1 ou um T2", brinca Gustavo Rebotim, Business Account Manager e diretor de arte da empresa, ladeado por uma alpaca em pelúcia, que aqui está só porque sim. "Foi um colega que se lembrou". 

O registo é sempre descontraído, mas com o discurso bem estudado. Resposta pronta para justificar o nome da agência, ainda para mais quando o objetivo é comprar imóveis e não bens móveis que andam de um lado para o outro. "Nómada porque o cliente pode chegar a qualquer lado connosco. Não vendemos só a casa, vendemos o bairro ao ponto de termos parcerias com restaurantes da zona, por exemplo. Sem haver necessariamente uma troca monetária. Há troca de comunicação, que hoje em dia é mais importante".

A ideia é encontrar a casa que o cliente quer, mesmo que seja de outra agência. 

Entramos em contacto com outras agências, para perceber se partilham ou não. É uma luta constante com as agências, mas com muito fair-play. Isto é bom para as pessoas não andarem a saltitar de agência em agência". 

A equação é mais ou menos esta: - comissão, + partilha, + rede de agências, + contacto = + satisfação. Defende que assim todos podem sair a ganhar. 

A equipa que junta marketeers, designers, engenheiros e profissionais de recursos humanos começou com duas pessoas, há um ano. Em julho passou a quatro, agora são oito. Sem lojas físicas, apenas com um escritório em Lisboa, na Avenida da liberdade, que trabalha "remotamente". 

Fazendo um balanço, Gustavo diz que angariam três a quatro clientes por semana, que há "muitos ongoings" e 10 a 15 negócios fechados até ao momento.

Passo a passo, como Fernando, que já vendeu 5% da empresa. "Só 5%, a cinco pessoas diferentes, cada um com 1%". Quer manter a grande maioria do capital e perspetiva mais investidores "daqui a quatro meses". A Web Summit pode ser, quem sabe, um trampolim. 

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