Cabrita não se demite e diz que acidente não deve ser matéria de "confrontação política" - TVI

Cabrita não se demite e diz que acidente não deve ser matéria de "confrontação política"

Foram precisos 14 dias para o ministro da Administração Interna quebrar o silêncio sobre o acidente que envolveu a sua viatura oficial, na A6, e do qual resultou uma vítima mortal

O ministro da Administração Interna (MAI) falou pela primeira vez, ao final de 14 dias, sobre o acidente que envolveu a sua viatura oficial, na A6, na zona de Évora, e do qual resultou uma vítima mortal. 

Eduardo Cabrita voltou a dizer que não se demitia, remetendo essa avaliação para o primeiro-ministro, e disse ainda que o acidente "não deve ser matéria de confrontação política". 

Isso é uma matéria que é da estrita responsabilidade do senhor primeiro-ministro. Eu tenho quatro anos de exercício de funções, que corresponderam aos melhores indicadores de segurança em Portugal, é um esforço de todos os dias, mas hoje não é tema disso" , afirmou em declarações aos jornalistas no final das celebrações do aniversário da Polícia de Segurança Pública (PSP). 

O ministro deixou claro que não existe nenhum cidadão nem nenhuma entidade acima da lei e que, por isso mesmo, é necessário esperar pelo apuramento dos factos. 

Neste apuramento dos factos, entendo que não existe nenhum cidadão nem nenhuma entidade que esteja acima daquilo que é o quadro legal aplicável. Aquilo que não desejo a nenhum de vós, não desejo a ninguém, é ver-se envolvido na qualidade de passageiro numa situação tão dramática como esta e, por isso, gostaria de fazer um apelo, sem qualquer referência específica. Que confiassemos naqueles a quem cabe apurar os factos (...) acho que esta matéria, de modo algum, deve ser matéria de confrontação política."

Referiu também que falou esta sexta-feira sobre o acidente porque “foi a primeira cerimónia de dimensão nacional” em que participou desde 18 de junho, justificando o silêncio porque foi o Ministério da Administração Interna “a dar a devida nota do infeliz acidente”, por ter sido aberto um inquérito pelo Ministério Público (MP), que está em segredo de justiça, e por ser uma matéria “objeto de averiguação” de apuramento das “circunstâncias e responsabilidade”.

Numa primeira parte das declarações, Cabrita deixou uma palavra à família da vítima, garantido que contactou a mulher do trabalhador no próprio dia do acidente e que já foram acionados os mecanismos legais de apoio previstos nestas circunstâncias, nomeadamente, uma indemnização que espera que seja definida "tão celeramente quanto possível". 

As minhas primeiras palavras são de reafirmar aquilo que logo na altura tomei iniciativa de fazer. Manifestar as vivas condolências, relativamente ao trabalhador que foi mortalmente vítima deste acidente rodoviário e transmitir uma viva solidariedade, que aliás no próprio dia, por via telefónica, foi prestada pela minha chefe de gabinete à senhora Marta Azinhaga, sua mulher, e à suas filhas", esclareceu. 

Assegurou ainda que tanto o Ministério da Administração Interna, como as estruturas que o integram, vão continuar a colaborar com "todos os pedidos necessários" para o "apuramento da total caracterização do que ocorreu". 

Recorde-se que o MP abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do trabalhador atropelado na autoestrada A6, no Alentejo, pelo carro que transportava Eduardo Cabrita. Trata-se de um procedimento que acontece sempre que resultam vítimas mortais de acidentes rodoviários. O inquérito está ao cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora. 

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