André Santos, quatro países diferentes e um clube especial - TVI

André Santos, quatro países diferentes e um clube especial

André Santos

Em entrevista ao Maisfutebol, o médio falou das experiências fora de Portugal, do Arouca e do desejo de voltar a um grande. Sublinhando o profissionalismo, o jogador comentou a luta pelo título e pela Europa e elogiou também Rui Vitória, que o orientou no Fátima e em Guimarães

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André Santos voltou ao futebol português para representar o Arouca e leva já 27 jogos em 31 possíveis. O médio, formado nas escolas do Sporting, regressou depois de uma época na Turquia e outra em França, onde fez o Metz subir à Ligue1, e com o objetivo de somar mais minutos.
 
Para já esse objetivo está concretizado, falta o outro: levar o Arouca de novo às competições europeias. Foi também com essa ideia que decidiu voltar a Portugal, aliciado por Lito Vidigal, que já o tinha treinado no União Leiria.
 
Em entrevista ao Maisfutebol, André Santos falou das experiências fora de Portugal, do Arouca e do desejo de voltar a um grande. Sublinhando o profissionalismo, o jogador comentou a luta pelo título e pela Europa e elogiou também Rui Vitória, que o orientou no Fátima e em Guimarães.
 
 
Depois de Turquia e França, regressou ao futebol português. Porquê?
Tinha ido para o Metz através do Carlos Freitas, que depois se incompatibilizou com a direção e acabou por sair. A saída dele motivou a minha, por opção, mas também porque surgiu a proposta do Arouca. O mister Lito ligou-me, falou-me do projeto e convenceu-me. Já tínhamos trabalhado juntos, tinha apostado em mim no União Leiria, por isso aceitei. Estando o Arouca nas competições europeias e sabendo que o objetivo passava por muito mais do que a manutenção, também me aliciou.
 
E que balanço faz, até ao momento, da época a nível individual?
Faço um balanço positivo. Está a correr bem, o objetivo era jogar o máximo possível, fazer muitos jogos e ajudar a equipa, e isso está a acontecer. Tenho jogado e temos ganhado, depois de um início de época menos bom. Por isso, corre tudo bem.
 
Em Portugal já jogou em três clubes muito distintos: Sporting, Vitória Guimarães e Arouca. Todos da Liga e com objetivos diferentes. Também é diferente representar cada um deles?
É, porque, como disse, os objetivos são diferentes. Por isso, nos grandes a pressão para ganhar é maior, do que nos ditos mais pequenos. No Sporting não era a manutenção que interessava, mas sim o título e a Liga dos Campeões. No Vitória já se luta sempre pelos lugares europeus e no Arouca começa agora a lutar-se também. Há diferenças ao nível das infraestruturas, orçamentos, objetivos, número de adeptos e de muitas cosias mais, mas temos de ser os mesmos profissionais de sempre.
 
Também já jogou em quatro países diferentes - Portugal, Espanha [Deportivo], Turquia [Balikesirspor]  e França, em qual gostou mais?
É difícil dizer qual gostei mais, porque são campeonatos com características diferentes. A liga espanhola é sempre a mais atrativa e na qual todos gostavam de jogar, tive essa sorte. Um futebol bonito, em que as equipas gostam de ter a bola. Na Turquia, por exemplo, não são muito organizados taticamente e quando estive lá ainda havia o limite dos cinco estrangeiros, que condicionava o crescimento e a qualidade do futebol. Em França joguei na segunda liga, não na principal, e, como todas as segundas ligas, é um campeonato muito competitivo, no qual nunca se sabe quem vai subir. O português já sabemos como é.
 
E em qual deles é que o seu futebol melhor se dá?
No português e no espanhol, gosto de ter bola e não só andar a defender ou no contra-ataque.
 
Há muitas diferenças nessas ligas todas, como disse, e não só no futebol jogado. Na bancada também. Na segunda liga francesa estava habituado a jogar com muita gente no estádio, agora no Arouca não...
Sim, são realidades diferentes. Talvez tenha tudo a ver com o poder económico e também com o tamanho das cidades. Metz era grande, havia sempre entre 12 a 15 mil pessoas nas bancadas. Lá gostam mais de ver futebol, mesmo que não seja contra um adversário maior. Cá é diferente. Somos um país mais pequeno, em que as pessoas gostam mais de ver os grandes do que o clube da terra. Em Metz são do Metz vão ver o Metz, cá não. Cá são de Arouca, são do clube, mas nem sempre vão ao futebol. Têm sempre outro clube e por isso acabam por não ir tanto, vão mais quando o outro clube joga contra nós.
 
Tem 27 anos, mais uma época de contrato com o Arouca e ainda, se tudo correr bem, muitos anos de carreira pela frente. Em que país é que ainda gostava de jogar? Inglaterra?
Sim, claro. Sempre foi e será um campeonato que me fascina a mim e a todos. A intensidade com que se joga; os estádios sempre cheios, seja a que dia ou hora for; a paixão que têm, dentro e fora de campo, quer seja na Premier League ou no Championship. Lá o futebol é incrível. O alemão também me atrai.
 
Saiu do Sporting em 2013/2014, de forma quase inesperada, mas em 2015 disse ao Maisfutebol que gostava de voltar. Ainda tem essa vontade?
Se tivesse essa oportunidade, claro que gostava. Queremos sempre estar em equipas grandes e o Sporting é e será sempre especial. Sou sportinguista, cresci e aprendi tudo no Sporting. Se pudesse voltar, claro que não dizia que não.
 
E dizia que não aos rivais Benfica e FC Porto?
Não podia. Estou no Arouca, mas, como referi, queremos sempre estar num clube que lute por títulos e em Portugal são poucos os que conseguem ganhá-los. Sou sportinguista, mas acima de tudo tenho de ser profissional. Se tivesse uma proposta de um rival e o Sporting não me quisesse, claro que aceitava. Temos de ser profissionais e ninguém pode levar isso a mal, faz parte. São coisas normais na nossa profissão, temos de ser profissionais e de dar o máximo, independentemente de estarmos no clube do coração ou não. Além disso, pela nossa carreira, não podemos fechar portas por isso.
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