Pizzi: «Mudança para a direita beneficiou-me a mim e à equipa» - TVI

Pizzi: «Mudança para a direita beneficiou-me a mim e à equipa»

Entrevista do médio do Benfica à TVI

Logo na primeira jornada do campeonato, Pizzi deu um sinal do que viria a ser uma grande época a nível individual, com um hat-trick marcado ao V. Guimarães.

Depois, à semelhança do que aconteceu com o resto da equipa, após uma período de menor fulgor, o camisola 21 ganhou um novo fôlego com a entrada de Bruno Lage, que substiuiu Rui Vitória no banco.

Pizzi deixou o corredor central e passou a jogar mais à direira e acabou por conseguir a melhor época de sempre em termos de golos e assistências, o que ganhou ainda mais relevo com a conquista do título nacional.

Em entrevista à TVI, o médio das águias falou sobre as mudanças que contribuíram para que o Benfica terminasse o ano em festa.

O tão desejado objetivo da Reconquista foi concretizado na última jornada, para grande alegria dos jogadores e adeptos do Benfica…

Pizzi: Foi um objetivo que o clube propôs no início da época e [o título] foi o culminar de uma época com altos e baixos, na qual passámos por grandes dificuldades, mas também tivemos momentos muito bons. Acho que todos os adeptos, jogadores e staff merecem esta Reconquista.  Acho que foi inteiramente justa.

Nesses momentos de maiores dificuldades, como um dos jogadores mais experientes, como foi lidar com tantas emoções? 

Pizzi: Nós, profissionais de futebol, temos de estar habituados a estas situações. No futebol há sempre altos e baixos. Num dia somos os maiores e no outro somos os piores do mundo. E como jogadores, temos de ter um equilíbrio perante isso. Mas o nosso balneário é muito forte.

Apesar de ter um plantel muito jovem...

Temos jogadores muito jovens, mas que já têm muita maturidade, que sabem estar no futebol e conhecem esta pressão diária. E os jogadores mais velhos, aqueles que estão no clube há mais tempo, além de grandes jogadores, são seres humanos impecáveis. Por isso, quando as coisas estão bem, remamos para o mesmo lado e quando não estão, fazemos o mesmo. Porque só funcionando em equipa é que se conseguem os títulos que dão um colorido especial a esta caminhada.

Tudo melhorou quando Bruno Lage assumiu o comando técnico da equipa. O que mudou verdadeiramente?

Pizzi: Com o mister Rui Vitória começámos muito bem a época. Ganhámos ao FC Porto aqui no Estádio da Luz, mas depois acabámos por passar por uma fase menos positiva, que acontece com todas as equipas do mundo e a qualquer treinador. Houve a mudança técnica que a direção entendeu, e a entrada do mister Bruno Lage, com o seu discurso e forma de estar no futebol, tornou-nos muito fortes. Quando se troca de treinador há sempre mudanças de ideias e de estilo de jogo e quando o mister Bruno Lage entrou, nós unimo-nos ainda mais do que já estávamos e partimos para uma segunda volta fantástica.

O Benfica conseguiu uma segunda volta sem derrotas, só com um empate…

Pizzi: Sim. Conseguirmos uma segunda volta em que fomos ganhar ao Dragão, a Alvalade, a Braga, Guimarães e outros campos difíceis, é algo digno de registo. Conseguimos uma segunda volta fantástica, que só podia culminar com esta Reconquista, que é tão merecida.

A nível individual, o Pizzi foi um dos jogadores que subiu muito de rendimento e acabou a época com 19 assistências e 13 golos. Sente que foi a sua melhor época de sempre?

Pizzi: Sim, objetivamente, falando dos números, é a minha melhor época. Fiz o recorde de assistências e o meu recorde de golos, também. É sem dúvida uma época marcante para mim, com altos e baixos como acontece a qualquer jogador e qualquer equipa, mas com a ajuda dos meus companheiros, da minha família e amigos, consegui fazer uma época espetacular. Estou muito feliz por ter feito uma época tão boa individualmente, mas sobretudo pelo que fizemos a nível coletivo e por termos conquistado o 37.

A mudança do centro mais para a corredor direito, com a entrada de Bruno Lage, também contribuiu para esse registo?

Pizzi: É como eu digo: com a mudança de treinador, há novas ideias e um outro estilo de jogo. Obviamente que mudamos a nossa maneira de jogar. Com o mister Bruno Lage, eu jogava mais à frente, com mais liberdade de movimentos e isso influenciou o meu jogo. Eu sou um jogador que gosta de ter bola, de assistir os companheiros e surgir em zonas mais adiantadas do terreno de jogo. Por isso, acho que essa mudança me beneficiou a mim e à equipa. Porque jogámos um futebol muito positivo, bonito e com um caudal ofensivo enorme.

É um dos jogadores mais experientes. Como é que o balneário foi lidando com as suspeições que foram sendo criadas todas as semanas?

Pizzi: Eu falo por mim: sou completamente desligado por esse tipo de coisas. Não acompanho nenhum desses programas. Obviamente, utilizo as redes sociais e aí aparecem coisas desse tipo, mas um jogador de futebol tem de se focar naquilo que consegue controlar, que é o que se passa dentro do campo e no trabalho diário. Isso é o mais importante para nós. Isso fica fora do balneário, nunca abordamos esses temas. Se formos ouvir o que se passa no exterior, o nosso trabalho acaba por ficar manchado.

O Pizzi é uma das referências do Benfica, vê-se a terminar a carreira no clube?

Pizzi: Acho que com 29 anos ainda não posso pensar no final da carreira. Mas se isso acontecer, ficarei muito feliz. Porque é um clube no qual me sinto muito acarinhado. Estou muito feliz, a minha família está contente de aqui estar. Por isso, se acontecer, serei um privilegiado por terminar a carreira num grande clube como este.

 

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