Bruma: «Que o Sporting seja campeão, é o meu clube do coração» - TVI

Bruma: «Que o Sporting seja campeão, é o meu clube do coração»

Entrevista ao internacional português do Olympiakos - parte I

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A fazer uma temporada de muito bom nível no Olympiakos, Bruma não esquece a Seleção Nacional e o Sporting. O extremo de 26 anos tem nove internacionalizações e acredita estar a fazer o que é necessário para regressar às escolhas de Fernando Santos a tempo de ser chamado para o Campeonato da Europa. 

Em entrevista ao Maisfutebol, Bruma surge mais falador, até mais seguro. Do menino tímido e com medo das palavras pouco sobra. Prova disso é a prova de amor pública exibida sobre o Sporting, o clube onde começou a jogar em Portugal.

Bruma tem contrato com o PSV Eindhoven até 2023. Em Atenas já leva 23 jogos e cinco golos. 

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Maisfutebol – Está satisfeito com a sua época no Olympiakos?

Bruma – Por acaso, sim, está a ser a minha melhor temporada nos últimos anos. Era isso que eu queria com este empréstimo. Precisava de ter um treinador que confia em mim e estou muito satisfeito com a opção que fiz. O meu futebol continua dentro de mim e precisava de jogar regularmente. Tenho de agradecer a confiança do mister Pedro Martins.

MF – Como é que o Pedro Martins o convenceu a ir para Atenas?

B – Eu estava em Eindhoven e o Pedro mandou-me uma mensagem. Acabei o jogo, li a mensagem e liguei ao mister. ‘Mister, sinceramente acho muito difícil que o PSV me deixe sair’. O mister convenceu-me logo. ‘Filho, vem para cá que vai ser bom para ti, acredita em mim e tudo vai correr bem’. Pensei muito na conversa, durante uma semana. Decidi à última da hora e pedi ao PSV. Não foi fácil, mas aceitaram. Liguei ao Pedro Martins e dei-lhe a boa notícia (risos). O mister tem-me ajudado bastante, num momento em que eu estava a precisar.

MF – Nota-se que o mister Pedro Martins acredita em si e gosta de si.

B – É verdade, sinto que o Pedro gosta de mim. Só posso ficar contente. Quero ajudá-lo, é um treinador fantástico e todas as pessoas o adoram aqui. Trata bem todos os jogadores e tem o plantel na mão. Ninguém lhe pode apontar nada.

MF – O Bruma tem jogado mais sobre a esquerda ou sobre a direita esta época?

B – Tenho jogado quase sempre na direita e eu sinceramente não gosto muito (risos). Tive de me adaptar, porque nos últimos anos habituei-me a partir da esquerda e a procurar as zonas interiores. Mas tem corrido bem.

MF – Saiu do PSV porque estava desiludido ou mais pela pressão boa feita pelo Pedro Martins?

B – Não estava muito mal no PSV, mas queria jogar mais e ter muitos minutos de competição. O treinador do PSV contava comigo. Só que o Pedro Martins convenceu-me, agradou-me a abordagem dele e quis agarrar esta oportunidade. Não estava mal na Holanda.

MF – O campeonato está a correr bem e na Liga Europa perderam a eliminatória contra o Arsenal por muito pouco. Custou sair daquela forma?

B – Custou, é verdade. A liga grega está praticamente ganha. Na Liga Europa não tivemos sorte. Lutámos até ao fim, criámos problemas a uma grande equipa como o Arsenal. Tivemos mérito e fizemos uma boa campanha. Tenho jogado todos os anos na Champions ou na Liga Europa e isso é o que mais motivação me dá. São os melhores palcos e tenho de desfrutar.

MF – O campeonato grego tem o mesmo nível do português ou está um bocadinho abaixo?

B – São dois bons campeonatos. Na Grécia há quatro maiores clubes (Olympiakos, PAOK, AEK e Panathinaikos) e os outros têm dimensão média. Até nisso é parecido com Portugal. É uma liga boa para poder sobressair e dar um passo em frente. Quem está nestes campeonatos está sempre perto de chegar aos melhores campeonatos.

MF – No Olympiakos há mais três portugueses no plantel. Fale-nos um pouco sobre cada um deles.

B – Já os conheço a todos há alguns anos. O José Sá e o Rúben Semedo até estiveram comigo na Seleção A e o Semedo é um velho amigo dos tempos do Sporting. O Tiago [Silva] é um rapaz tranquilo, sempre no canto dele, mais reservado. O Sá vive no mundo dele. Chega, não fala com ninguém, ainda meio adormecido (risos). Depois falamos com ele e lá desperta. O Semedo é o mais brincalhão de todos, não sabe quando parar, está sempre a brincar.

MF – O Semedo é a pessoa mais próxima do Bruma?

B – Sim, é com quem passo mais tempo. Às vezes vem cá a casa, vemos televisão e jogamos Uno [jogo de cartas].

MF – Ainda se lembra da sua estreia na equipa principal do Sporting?

B – Claro, é inesquecível. Eu fazia parte da equipa B e informaram-me que ia ser promovido. Na primeira semana o professor Jesualdo só me dava na cabeça. Foi duro. Como tinha de passar a bola, onde tinha de me colocar. Ao fim de um mês estava outro jogador, as coisas começaram a correr-me muito bem. O Jesualdo é mesmo um professor, tinha muita paciência comigo. Aprendi bastante com ele e só lhe posso agradecer. Se não fosse ele, não sei onde estaria.

MF – Já saiu há oito anos do Sporting. Tem saudades?

B – O Sporting sempre foi o meu clube do coração e sempre me deu tudo. Que seja campeão, finalmente. Não tenho nada a apontar a ninguém. Separámo-nos em 2013, na altura foi o que achei melhor. Desejo-lhe a maior sorte e que ganhe este ano o campeonato. As coisas estão a correr bem este ano, ainda vou vendo os jogos aqui em Atenas. Eu e o Rúben jogámos lá, o Sá jogou no Benfica e no Porto, o Tiago esteve no Belenenses.

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