Rui Costa: «Falta um título europeu» ao Benfica - TVI

Rui Costa: «Falta um título europeu» ao Benfica

Grande entrevista nos 20 anos do Maisfutebol

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5 de junho de 2000. Na verdade, já era quase dia 6 quando o Maisfutebol finalmente nasceu. Começava uma grande aventura e no princípio estava Rui Costa. O então jogador da Fiorentina e da seleção nacional, de partida para jogar o Euro 2000, fazia manchete nesse primeiro dia, com uma entrevista que já então foi feita também em vídeo. 20 anos mais tarde, Rui Costa volta a associar-se a este momento especial, ele que foi protagonista e espectador privilegiado destas duas décadas, como jogador e como dirigente. Aqui, a luta pela hegemonia com o FC Porto e a ambição europeia do Benfica.

- Já depois do teu regresso o Benfica recuperou o domínio que foi do FC Porto até há pouco tempo. As coisas estão muito equilibradas entre os dois, achas que o Benfica passou para a frente neste momento?
 

- O Benfica neste momento está na frente. Pelos últimos campeonatos ganhos, é evidente que está na frente. Mas esta luta vai existir sempre. Da nossa parte teremos que pensar sempre assim, que de ano para ano teremos de ser sempre melhores. E não nos podemos contentar com nada. Fomos campeões no ano passado, este ano temos que ser na mesma. Esta tem que ser a mentalidade de quem trabalha, de quem joga, de quem se senta na bancada, num clube tão exigente como o Benfica, não pode ter outro pensamento. O FC Porto será sempre o rival, o Sporting estará sempre na luta, e que venha o Sp. Braga, e que venha o V. Guimarães, e que venha o Marítimo, o Belenenses e todas as outras equipas para que o campeonato tenha essa dimensão. Temos de pensar assim e só assim podemos chegar ao que queremos, que é títulos. Não desvalorizando nada e procurando por nós próprios cada vez ser melhores.

- Falta uma Liga Europa?

- Falta um título europeu. Aquilo que acabei de dizer em relação à Liga dos Campeões, e pode-se pôr a Liga Europa também no caminho, isto não pode pesar na construção de um plantel para lutar por esses objetivos. Ninguém no Benfica pode pensar «Vamos deixar a Liga dos Campeões de parte». As últimas campanhas do Benfica na Liga dos Campeões não são boas, mas não é pela questão de nós não darmos a importância à Liga dos Campeões como temos que dar, ou pensar «Como a gente não ganha, a gente não vai…» Não tem nada a ver com isso, o Benfica tem que lá estar e tem que estar sempre presente até muito longe na competição pelo menos. Essa é a nossa obrigação e se falharmos falhámos. Nós falhámos. Temos que assumir que falhámos estas últimas campanhas europeias. O facto de eu dizer que cada vez é mais difícil chegar a determinados patamares da Liga dos Campeões ou até mesmo da Liga Europa não pode fazer com que não nos obrigue a trabalhar para chegar lá. Nesta casa está completamente excluído um pensamento do género. Todos nós queremos muito e mais para o Benfica do que aquilo que fizemos nas últimas campanhas. Está muito claro, muito evidente, e é procurar de todas as formas, criar competição, criar um plantel competitivo, para chegar a essas competições e ter êxito na mesma. E por vezes ter êxito não significa só ser campeão. Nós temos de ter a capacidade de, no dia em que sairmos da Liga dos Campeões, sairmos de cabeça erguida.

- Como é que viveste já neste novo papel as finais da Liga Europa, em comparação com as deceções que tiveste como jogador?

É diferente. É como ir ao lado do condutor. Até porque, com todas as finais europeias que o Benfica perdeu ao longo dos anos, ter duas seguidas dá-te muita esperança de que vás quebrar esse enguiço. E acho que aquele ciclo que o Benfica faz merecia essa conclusão, ter uma competição europeia neste historial. Como não foi possível, como não aconteceu, temos que continuar a lutar por ela. Independentemente, e separando as águas, da dificuldade que é para um clube português, ou holandês ou belga, temos por obrigação e por dimensão de clube de lutar por essas competições na mesma, até ao último dia em que possamos estar presentes e saindo sempre de cabeça erguida. É o que eu mais desejo para o Benfica e se isso acontecer encurtamos o espaço entre nós e os outros, de certeza absoluta.

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