Visto nos intervalos dos jogos do irmão, foi da formação à equipa B do Benfica - TVI

Visto nos intervalos dos jogos do irmão, foi da formação à equipa B do Benfica

Nápoles-Benfica (Youth League) FOTO: Twitter Benfica

Filipe Soares (Estoril) em entrevista ao Maisfutebol

Filipe Soares deixou a formação do Benfica no verão passado à procura de minutos e de se afirmar no futebol profissional e foi assim que chegou ao Estoril, um clube novo depois de mais de uma década a vestir de encarnado.

Na época de estreia com a camisola canarinha, o jovem médio fez 37 jogos e três golos repartidos entre a II Liga, a Taça de Portugal e a Taça da Liga.

À conversa com o Maisfutebol, Filipe Soares falou sobre o Estoril e sobre a incrível geração de 99, da qual também faz parte, sem esquecer os anos no Benfica e a formação do Seixal.

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Tem apenas um irmão, também ele jogador de futebol - Alex Soares (formado no Benfica, jogou no Marítimo e terminou agora contrato com os cipriotas do Omonia). Como é que isso aconteceu?

(risos) Foi sorte ou não, e eu acho que sou jogador por causa dele.

Então?

Quando ele jogava na formação do Benfica, eu ia ver os jogos e no intervalo punha-me a jogar à bola. Acho que queria imitar o meu irmão, o que ele fazia eu também tinha de fazer e se ele jogava bem à bola, eu também tinha de jogar bem à bola.

E quem é o melhor?

Eu acho que é ele. Sempre gostei muito de o ver jogar, tem muita classe e calma a jogar. Além disso, é um líder - sabe o que dizer ao grupo no momento certo. Para mim, ele é o melhor, mas eu estou a ter oportunidades que ele não teve.

O certo é que ambos começaram na formação do Benfica. A ideia era fazer o mesmo que o Alex e aconteceu. Como é que se deu a ida para o Benfica?

Segundo os meus pais, porque eu não me lembro, na altura o mister Nené viu-me a dar uns toques na bola num jogo do meu irmão e perguntou aos meus pais se não me queriam pôr a treinar nas escolinhas do Benfica, no Estádio da Luz. Foi aí que tudo começou… até à equipa B do Benfica.

Cerca de 12 anos?

Sim, 12/13 anos, por aí.

E o que é que o Benfica lhe deu?

Tudo, as condições e o apoio que o Benfica dá aos jogadores, sobretudo aos da formação, é incrível. Não fica nada ao acaso, nem a escola. É de alto nível. Além disso, tem grandes treinadores na formação - e vemos isso com o mister Bruno Lage, por exemplo. Devo tudo ao Benfica, e o facto de ser jogador de futebol.

Que treinador é que mais o marcou?

Vários, mas destaco o Renato Paiva que me treinou em juvenis A. Foi a minha melhor época em termos da formação e muito por ‘culpa’ dele.

32 jogos e 21 golos nessa época.

Sim, correu-me super bem, ele ajudou-me imenso. Evoluí muito naquele ano, graças a ele. Mesmo quando as coisas não me estavam a correr assim tao bem, puxou-me para cima. Devo-lhe muito, tenho muito a agradecer-lhe.

E custou-lhe sair do Benfica ao fim de tantos anos?

Não foram dois dias, nem dois anos. Custa sempre, mas quando já não se é um ‘projeto’ e se sabe que se pode ser jogador de futebol, não se pode pensar tanto no que se quer, mas sim naquilo que é bom para nós. Achei que era a melhor decisão, precisava de sair do Benfica e seguir outro rumo para tentar ter o sucesso que pretendia.

Há muitos miúdos na formação, mas nem todos conseguem chegar à equipa principal e há que tomar decisões…

Sim, isso mesmo. E sabemos disso desde que somos pequenos. Sabemos que na formação somos muitos, mas que só somos ‘projetos’ e que nem todos terão qualidade/capacidade para chegar à equipa principal. Não é um percurso fácil.

Pensa em voltar um dia?

Se acontecer, ficarei muito feliz. Foi o clube onde tudo começou e que me deu tudo aquilo que eu precisava para ser jogador de futebol. Mas, obviamente, não sei se isso acontecerá. Sou profissional e jogarei em qualquer clube.

E o Benfica tem, neste momento, a melhor escola de formação de Portugal?

Sou suspeito (risos), mas sim, tem. É por fases e esta fase é do Benfica, e este último campeonato é prova disso. Nos últimos anos tem havido muitos jogadores da formação a chegar e a singrar na equipa principal. Há quantidade e qualidade, e não vai ficar por aqui. Há mais jogadores à porta da equipa principal, o Pedro Álvaro, o Tiago Dantas…

O grande destaque da formação atualmente é o João Félix. Vocês são da mesma geração, o Filipe é uns meses mais velho. Jogaram juntos?

Sim, jogámos juntos a partir dos 16/17 anos.

Surpreende-o aquilo que ele tem feito?

Não, não me surpreende nada. A qualidade esteve sempre lá, o João tem muita qualidade mesmo. É um jogador fora do normal e no Benfica, na formação, já se via isso.

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