Marcelo: «O Nuno E. Santo não aceita perder, é muito mau de aturar» - TVI

Marcelo: «O Nuno E. Santo não aceita perder, é muito mau de aturar»

Entrevista-Maisfutebol ao defesa central do Paços de Ferreira - Parte III

A segunda volta de muito bom nível do Paços de Ferreira está diretamente ligada à boa ação no mercado de transferências em janeiro. Entraram nomes sólidos, experiente, com o de Marcelo à cabeça. O defesa central de 30 anos agarrou o lugar, esteve em 15 jogos e ofereceu uma fiabilidade ao setor mais recuado que nunca tinha existido até dezembro. 

Em entrevista ao Maisfutebol, o atleta nascido na pequena cidade de São Carlos, interior de São Paulo, fala da opção de voltar a Portugal após um ano em Chicago e dos seis meses completamente falhados ao serviço do Sporting. 

Garantido em janeiro de 2018 pelos leões, o defesa central pensava que ia trabalhar às ordens de Jorge Jesus. O verão quente em Alvalade deixou o clube de pernas para o ar e Marcelo numa situação ingrata. Agora, é o imperador da Mata Real.  

PARTE I: «Saída do Jesus prejudicou a minha situação no Sporting»

PARTE II: «No Paços tenho mais visibilidade do que nos EUA»

PARTE IV: «Schweinsteiger massacrava-me com o 7-1 da Alemanha ao Brasil»

Maisfutebol - Viveu seis anos de muito bom nível em Vila do Conde.

Marcelo - Foi tudo maravilhoso, com a exceção de duas lesões graves. Rompi os ligamentos contra o Benfica. Ia a correr atrás do Lima e senti de repente o meu joelho a falhar. Ainda joguei mais sete minutos mas, a afastar uma bola, o joelho… saiu do sítio. Como se não tivesse qualquer apoio, totalmente solto. Vi logo que era uma coisa grave e parei sete meses. O Nuno saiu e voltei já com o Pedro Martins.

Apanhou bons treinadores no Rio Ave. Como foi trabalhar com o Nuno?
Tenho um carinho grande por ele, apostou em mim, num miúdo que vinha do Leixões. Olhou para mim, disse que confiava muito e que eu ia ser o central dele. Ensinou-me muita coisa. É uma pessoa reservada, não aceita perder, é um mau perdedor. Quando perde, é muito mau de aturar (risos). Fica no canto dele, depois grita e dá uma dura ao grupo. Trabalhava muito bem os princípios defensivos e gostei de trabalhar com ele.

E o Pedro Martins?
Trabalhei dois anos com ele e é uma pessoa muito boa, muito amigo dos jogadores. Gostei muito de trabalhar com ele.

Com o Nuno Capucho também?
Sem dúvida. Não deu certo no Rio Ave, foi pena. Começámos bem, jogávamos bom futebol, ganhámos 3-1 ao Sporting e depois entrámos numa fase má. Ele teve azar.

Luís Castro.
Mais reservado, tem ideias fortes e obriga a equipa a apostar na posse de bola. Um pouco como o Miguel Cardoso. A equipa não tinha medo de jogar e ainda fomos à Liga Europa. Jogávamos muito bom futebol com o Luís Castro e o Miguel Cardoso foi a continuação desses processos. O Miguel tinha estado no Shakhtar, gosta muito de ter alas por dentro, de projetar os laterais e de mostrar um futebol de qualidade.

Em seis anos consegue escolher os seus melhores momentos no Rio Ave?
A final da Taça de Portugal no Jamor. Quando saímos do túnel e vemos aquele ambiente, os fumos, os cânticos, a própria arquitetura do estádio. Arrepia logo… é um dia muito especial. Só pela entrada no parque de estacionamento, com aquela gente toda atrás de nós, vale a pena ir ao Jamor. Também fiz vários jogos na UEFA e nunca esquecerei o jogo contra o Elfsborg, quando o Esmael marcou no último minuto e garantiu a nossa qualificação. Nunca vi os adeptos do Rio Ave tão felizes. Foi uma noite muito especial. O Esmael falhou o remate e fez golo (risos). Grande, grande sensação. Também gostei de jogar a final da Taça da Liga e a da Supertaça. Esta perdemos nos penáltis e custou muito.

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