«Sinto o Pepa um treinador mais firme e convicto das suas ideias» - TVI

«Sinto o Pepa um treinador mais firme e convicto das suas ideias»

Entrevista a Pedro Rebocho, lateral esquerdo da equipa-sensação da Liga - Parte II

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Pedro Rebocho é um dos bons nomes no excelente Paços de Ferreira, versão 2020/21. O lateral esquerdo de 26 anos voltou em janeiro a Portugal, após três anos e meio divididos entre a França e a Turquia, e agarrou naturalmente a titularidade na defesa dos castores. 

Nesta segunda parte da entrevista ao Maisfutebol, Rebocho fala da opção pela entrada na Capital do Móvel e do reencontro com Pepa, um treinador que já o conhecia dos tempos do Moreirense. O lateral de 26 anos não podia ser mais elogioso para com o seu treinador. 


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Maisfutebol – O regresso a Portugal está a correr bem. Foi a opção certa nesta fase da carreira?

Pedro Rebocho – Sim, estou feliz pela opção tomada. Vim integrar-me num bom projeto, com pessoas que já conhecia anteriormente [Pepa] e isso fez-me voltar. Não pretendia voltar a Portugal tão cedo, mas fazer parte de uma equipa que estava tão bem, a jogar um futebol tão bom, senti que era a montra ideal para mostrar que estou ao meu melhor nível. Isso está a acontecer, a equipa está a ter ótimos resultados. As minhas exibições têm vindo a crescer, estou a ficar mais confiante e a chegar perto do nível que ambicionava.

MF – A forma de jogar deste Paços valoriza os seus ativos?

PR – É a forma como eu gosto de jogar. Há equipas que têm bons resultados e que não conseguem jogar bem, mas não é o nosso caso. Aqui há qualidade e resultados. É importante saber jogar bem e é uma mais-valia para todos sentir que temos bom futebol. Mesmo para o futebol português. O Paços está a demonstrar que não há qualidade só nos grandes clubes.

MF – Trabalhou com o Pepa no Moreirense, há quatro anos. Sente que também ele é um treinador diferente?

PR – No treino está igual, já em Moreira de Cónegos tinha bons métodos. Acho que está mais crescido como treinador, sinto-o mais firme e convicto das suas ideias. No Moreirense as ideias eram boas, praticávamos bom futebol, mas os resultados não estavam a surgir. Acho que é um treinador mais maduro e convicto do seu próprio talento como treinador.

MF – Que balneário encontrou na Mata Real?

PR – O plantel está dividido em três balneários por causa da covid-19 e eu calhei num balneário cheio de portugueses e brasileiros. Fui acolhido da melhor forma possível e isso foi fundamental para eu estar bem e mostrar o que sei fazer. Não precisei de adaptação, adaptei-me imediatamente no primeiro treino.

MF – Já tinha jogado com alguém deste plantel?

PR – Só com o Fernando Fonseca na seleção.

MF – O Paços tem feito uma aposta forte nas infraestruturas. Já está perto do nível do Guingamp, por exemplo, uma equipa que andou vários anos na Ligue 1?

PR – O Guingamp fez um investimento grande em 2019. Tinha a academia e agora investiu na zona onde treina a equipa profissional. Por isso está um bocadinho mais à frente. O relvado é híbrido, relativamente novo, é excelente. Mas sei que o Paços tem melhorado muito, ainda assim está um pouco atrás em relação ao Guingamp. Claro que a parte económica tem muito a ver com isso.

MF – Está em Paços de Ferreira por empréstimo do Guingamp?

PR – Sim, tenho contrato com o Guingamp até 2022.

MF – O Paços está a ser a equipa-sensação e elogiado por toda a Europa.

PR – Quero mostrar em todos os jogos que posso estar num nível alto. Seja onde for. Pretendo ajudar sempre a minha equipa e se as coisas correrem bem, sei que terei a oportunidade que mereço.

MF – Falta é um golo no futebol profissional. Já não marca desde os tempos do Benfica B em 2016.

PR – É verdade (risos). Já fiz algumas assistências, tive também oportunidade para marcar e não se concretizou. Ou falhei a baliza ou o guarda-redes fez uma boa defesa. Quero melhorar, aqui no Paços até já estive perto e até ao final da época quero fazer pelo menos um golo.

MF – Vive mesmo em Paços de Ferreira?

PR – Vivo no Porto, a 20 minutos. Tenho uma vida pacata. Treino de manhã, à tarde a minha namorada puxa por mim e tento sair um bocado de casa, até porque temos dois cães. Agora que se pode aproveitar mais um bocadinho, temos de apanhar ar e conhecer melhor a cidade. Quando a minha namorada me permite faço uma sesta (risos). Sou de Évora, mas a minha cidade favorita é Lisboa, sinto-me lisboeta. Vivi lá muitos anos, o Porto ainda estou a conhecer, só cá estou desde janeiro.

MF – O Paços está sólido no quinto lugar. Seguem-se o Famalicão e depois o Benfica. As próximas semanas vão ser interessantes.

PR – Não só para nós. Sinto que há uma expetativa grande pelo campeonato, há equipas a surpreender – acho que é o nosso caso – e esses jogos são importantes para nós. Queremos ganhar, fazer pontos e deixar a nossa marca.

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