Rui Costa: «Liga dos Campeões é o ponto mais alto, mas o Mundial sub-20...» - TVI

Rui Costa: «Liga dos Campeões é o ponto mais alto, mas o Mundial sub-20...»

Grande entrevista nos 20 anos do Maisfutebol

5 de junho de 2000. Na verdade, já era quase dia 6 quando o Maisfutebol finalmente nasceu. Começava uma grande aventura e no princípio estava Rui Costa. O então jogador da Fiorentina e da seleção nacional, de partida para jogar o Euro 2000, fazia manchete nesse primeiro dia, com uma entrevista já então feita também em vídeo. 20 anos mais tarde, Rui Costa volta a associar-se a este momento especial, ele que foi protagonista e espectador privilegiado destas duas décadas, como jogador e como dirigente. Aqui o hábito das grandes conquistas para os portugueses, a Champions de 2003 com o Milan mas também um lugar muito especial reservado para o primeiro grande título.

- A final da Champions em 2003, Milan-Juventus, que ganham em Old Trafford, é o ponto mais alto do domínio do futebol italiano naquele tempo?

Sim. E já tinha havido um Milan-Inter na meia-final. O que só reforçou mais a importância de o Milan ter ganho essa Champions: chega à final através de um dérbi épico, e ganha a final ao grande rival interno. Foi o quadro perfeito, apesar deter sido uma final sem golos, uma final pesada, taticamente, entre duas equipas que se conheciam ao pormenor e que receavam cometer erros. Mas importava ganhá-la, fosse como fosse. Teria preferido que não fosse a penáltis, mas para nós, Milan, foi a apoteose, com mais este input de ganhar ao Inter e à Juventus.

- Na altura, os leitores do Maisfutebol já se habituavam a ter portugueses nas grandes decisões. Figo ganha a Bola de Ouro em 2000, depois a Liga dos Campeões em 2002, tu ganhas no ano a seguir. E estavam a chegar os títulos internacionais do FC Porto. Foi o tal crescimento de ambição que associas ao Euro 2000?

- Portugal sempre teve grandes, enormes jogadores. A geração do Europeu de 1984 é excelente, por exemplo. O que é que faltava à Seleção Nacional era ter mais jogadores metidos nas grandes decisões, nos grandes clubes europeus, em competições exigentes que te dão ritmos e preparação mental completamente diferentes. Em 2000, quase toda essa seleção está ou vinha de estar no top dos tops, a lutar por grandes objetivos. Depois disso, de conheceres essa realidade, tu já não aceitas na tua cabeça que és inferior a quem estiver na tua frente. Olhamos para o lado e vemos Figo, João Pinto, Fernando Couto, Paulo Sousa, que já lutaram por tudo no futebol. E perguntamos: medo de quem? E isso transmitiu-se a quem veio a seguir.

- Essa Champions é o teu ponto mais alto como jogador?

- É o ponto mais alto de qualquer jogador num clube. Se me perguntas se é o troféu pelo qual tenho mais carinho, eu digo que não: esse, do ponto de vista afetivo, é o do Mundial de sub-20. Já passaram todos estes anos e ainda hoje, de cada vez que falo nele, arrepio-me. Mas é claro que Liga dos Campeões é Liga dos Campeões. Quando a ganho, estou num clube que luta por aquilo, tem esse objetivo no seu projeto, faz parte do dia a dia. Quando essa final chega, na minha carreira, eu estou pronto para ela há uma vida. Estou a jogar com o Maldini que ganhou cinco, com o Costacurta que ganhou cinco, com o Seedorf que já tinha ganho pelo Real Madrid e pelo Ajax.

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