Andrés Iniesta contou numa entrevista a Jorge Valdano, transmitida pela BeIn Sports, que foi para o Barcelona, aos 12 anos, contrariado e só acabou por ficar depois de convencido pelo pai.
«No meu caso, a primeira resposta foi que não queria ir [para o Barcelona] porque preferia estar junto da minha família do que ir para um sítio longe e ficar longe deles. Com o passar das semanas e as conversas com o meu pai, acabei por ser convencido. Tenho muita confiança com o meu pai, temos muitas afinidades e sei que quando ele diz as coisas, normalmente, acerta», destaca o internacional espanhol em conversa com o antigo internacional argentino.
Uma entrevista em que Iniesta abre o coração e destaca a relação com o pai como determinante na sua carreira como futebolista. «Tenho muito respeito pelo meu pai e sabia que ia ter de dar um passo. Disse-lhe que ia avançar e que aguentava um ano, fosse como fosse. Depois disso, foram os piores meses da minha vida como pessoa, mas com a ajuda de todos, foi melhorando de dia para dia», conta.
Iniesta também já é pai e admite que se o filho lhe pedisse para sair de casa para futebolista profissional, provavelmente dir-lhe-ia que não. «Não gostava, porque com 12 anos não tens argumentos para pensar numa decisão tão difícil. Não vejo uma criança de doze anos tomar uma decisão dessas sozinho. Na minha forma de pensar, custa-me imaginar que um miúdo faça essa reflexão», referiu.
A verdade é que para Iniesta os primeiros dias no Barça foram difíceis e o internacional espanhol ainda recorda a viagem para a capital da Catalunha. «Arrancam-te das tuas raízes e, com 12 anos, muito mais. Nesse dia viemos os quatro, os meus pais, o meu avô e eu, e a viagem foi tremenda. Nessa noite, em que fiquei em La Masia [centro de formação do Barcelona] e eles foram para um hotel, foi das piores noites da minha vida. Fiquei pela valentia do meu pai, porque pela minha mãe tinha voltado nessa mesma noite», recorda.
A verdade é que Iniesta ficou. «Estava em jogo não falhar, não falhar pela minha família e por mim. A partir do momento que tomei a decisão, tinha de ir até ao fim. Sempre disse que o meu sonho de criança era ser futebolista na I Divisão, não tinha outras aspirações», destacou ainda.