João Félix estreou-se no domingo num clássico do futebol espanhol, na derrota do At. Madrid na receção ao Barcelona, e João Félix foi um dos nomes em destaque.
Apesar de ter jogado pouco mais de uma hora, a substituição foi muito assobiada pelos adeptos colchoneros, que não perceberam a opção de Simeone.
E também os jornais espanhóis fizeram eco desses assobios e alternaram entre os elogios e as dúvidas relativamente ao jogador português.
O AS titulou «João Infelix», notando que o avançado teve «muito pouca bola». «Chega muito pouco jogo ao Menino de Ouro e não há ataques em que seja protagonista. A cueca que fez a Piqué foi o momento que mais entusiasmou os adeptos colchoneros, que deu uma bronca a Simeone quando o substituiu», escreveu o jornal, acrescentando um recado, ao perceber a reação de Félix à substituição como um sinal de que Simeone está a criar um «João Infelix».
«O miúdo vai-se cansar e irá embora para desfrutar com Guardiola ou outro treinador que jogue ao ataque e não o obrigue a estar a 70 metros da área.»
Já a Marca escreve que o jogador foi «o único a trazer magia ao jogo do At. Madrid», apesar de «ter sido o primeiro a ser substituído». E questiona o treinador dos colchoneros logo no título: «João Félix não podia mesmo continuar?»
Num outro artigo, porém, a Marca defende que ainda é uma «incógnita» aquilo que Félix vai dar no clube.
«Só o tempo dirá se o português, recente Golden Boy, algum dia levantará a Bola de Ouro. Ou mesmo se Simeone conseguirá fazer com ele o mesmo que fez com Griezmann, que moldou para o converter numa estrela mundial», lê-se no outro jornal de Madrid, que lembra ainda que Félix só tem uma época no futebol de alto nível.
«O que se vê no presente é que Félix está a anos luz de poder comparar-se a Griezmann. Além de ter custado 127 milhões, é apenas um jovem de 19 anos em quem se percebe um enorme talento, mas que só tem uma época de bagagem no futebol profissional.»
No jornal El Confidencial, após o jogo entre At. Madrid e Barcelona, Javier Gómez Matallanas dedicou um artigo de opinião ao jogador português, defendendo que ele é vítima das ideias do treinador.
«Convenceram-no que vinha para a melhor equipa, na qual estaria às ordens do treinador que melhor podia fazê-lo evoluir para o patamar dos melhores do mundo. Mas ao Menino de Ouro bastaram cinco meses para perceber que se enganou na escolha de treinador. Porque com a forma de jogar de Simeone, as suas qualidades técnicas apenas se veem um par de vezes por jogo», escreveu.