Liga: menos pontos, menos golos, bancos mais estáveis e sinais das bancadas - TVI

Liga: menos pontos, menos golos, bancos mais estáveis e sinais das bancadas

FC Porto-Sp. Braga

Um olhar para os dados gerais do campeonato no final da 10ª jornada

A Liga chega à 10ª jornada marcada pelo equilíbrio, agora com o FC Porto como líder isolado mas com uma prestação abaixo das últimas temporadas, tal como os outros ditos «grandes». A época está de resto a assistir a um decréscimo do número de golos marcados e a maior estabilidade nos bancos. Quanto às assistências nos estádios, destaque para o crescimento do FC Porto e para um Sporting em perda.

Os grandes mantêm a tendência que se vem desenhando esta época, todos eles com menos pontos à 10ª jornada do que tinham por esta altura na temporada passada. Sporting e FC Porto, que também eram primeiro e segundo, têm menos quatro cada um, o Benfica, que era terceiro, menos três. O Sp. Braga, curiosamente, está igual em número de pontos, depois da derrota no Dragão nesta ronda, mas esta época os mesmos 21 valem o terceiro lugar, por troca com o Benfica.

Tanto FC Porto como Sporting já sofreram duas derrotas, os «dragões» tantas como em todo o campeonato passado. No caso dos «leões» a diferença está sobretudo nos jogos fora. Se o Sporting conseguiu um registo singular em casa, vencendo os cinco jogos que disputou, fora apenas ganhou dois jogos.

Veja a classificação da Liga

Apenas cinco equipas têm nesta altura mais pontos do que em igual período da época passada: a melhor subida é do Moreirense, com mais 10 pontos. Seguem-se Rio Ave, Moreirense e V. Setúbal, todos com mais quatro, e V. Guimarães, que melhora um ponto.

Do lado das perdas o caso mais notório é o do Marítimo, que tem nesta altura menos nove pontos do que à 10ª jornada da época passada. Belenenses e Boavista perdem quatro pontos cada um. E o Desp. Chaves, lanterna vermelha, tem apenas menos um ponto do que tinha há um ano.

Golos também em perda

Não se perdem apenas pontos, também estão a desaparecer golos. Os 90 jogos da Liga renderam até agora 232 golos, o que dá uma média de 2.56 por jogo. Abaixo da média final da época passada, que foi de 2.7. Mais uma vez, a perda começa nas equipas da frente. O FC Porto «perdeu» sete golos em relação às 10 primeiras jornadas da época passada, mas ainda tem assim tem o melhor ataque da Liga, bem como a melhor defesa. O Sporting marcou menos quatro e o Benfica menos um. O Sp. Braga está melhor, com mais dois golos marcados.

Só cinco equipas melhoram o registo ofensivo, a começar pelo Rio Ave, atual quinto classificado, que passa de nove para 17 golos marcados, mais oito. Moreirense e V. Guimarães têm mais cinco, Desp. Aves mais dois e o V. Setúbal mais um.

Quem perdeu mais golos foi o Portimonense, menos sete do que há um ano, seguidos de Belenenses e Marítimo. Ambos têm menos seis, sendo que os madeirenses, com meia dúzia de golos apontados esta época, são o pior ataque da Liga.  

O goleador da Liga é nesta altura o bracarense Dyego Souza, com sete golos, numa época em que os «grandes» mantêm as principais referências do ataque, mas com condicionantes diversas. Jonas, melhor marcador em 2017/18 com 34 golos, só se estreou a marcar à 9ª jornada, no primeiro jogo em que foi titular. Voltou a marcar na ronda passada, ao Tondela, e leva dois golos. Bas Dost, o segundo melhor marcador na última temporada, com 27 golos, esteve parado por lesão e regressou agora, para marcar também nas duas últimas rondas, depois de ter entrado no campeonato com um bis ao Moreirense. Marcou ao Santa Clara e bisou frente ao Desp. Chaves e já leva cinco golos. Marega, terceiro goleador da Liga passada com 22 golos, tem agora três golos, numa altura em que o FC Porto tem Aboubakar, ainda o seu melhor marcador na Liga com quatro golos, lesionado.

Maior estabilidade nos bancos

Se a época é de equilíbrio em campo, também está a revelar maior estabilidade nos bancos. Esta época houve apenas um mudança de treinador até agora, a saída de José Peseiro após a oitava jornada. Na temporada passada, após a 10ª jornada já tinha havido cinco mudanças de treinador.

A temporada acabou com 10 «chicotadas», ainda assim abaixo da época anterior: em 2016/17 a Liga bateu todos os recordes, com 19 mudanças de treinador. Esta época acentua essa tendência de maior estabilidade nos bancos, pelo menos por agora.

Espectadores, o Dragão a crescer e outros sinais

Nas bancadas ainda é cedo para tirar conclusões estáveis, mas há sinais claros, começando pelo crescimento do FC Porto, que passou o Sporting nas assistências. No total foram até agora  1,120 milhões de espectadores nos estádios, de acordo com os dados oficiais da Liga de clubes, média de 12.451. Ligeiramente acima da média final da época passada, mas com várias circunstâncias a ter em conta.

Os três grandes, sozinhos, têm mais de 60 por cento do valor total, como é regra na Liga. O Benfica, que volta a liderar a tabela de assistências, já recebeu Sporting e FC Porto no seu estádio. Foram os dois jogos de campeonato com melhor assistência, os únicos acima dos 60 mil espectadores. Ainda assim, ambos abaixo dos clássicos da época passada na Luz: o Benfica-Sporting teve 60.486 espectadores, contra 61.999 no dérbi da última temporada, o Benfica-FC Porto 61.567, contra 63.526 do clássico que na temporada passada se jogou em abril, numa altura crucial da época.

Os «encarnados», que além disso também já receberam o V. Guimarães, levam média de 55.619 espectadores nos cinco jogos que já receberam, uma taxa de ocupação de 86.68 por cento, contra os 52.209 finais da época passada. Mas já fizeram aquelas que são tradicionalmente as melhores casas da temporada na Liga.

O FC Porto passou a ocupar o segundo lugar da lista em média de espectadores, superando o Sporting. Depois dos 47.929 no sábado com o Sp. Braga, a melhor casa da época na Liga, os dragões, que já têm seis jogos em casa, passam a ter média de 45.134 espectadores e a melhor taxa de ocupação do campeonato, 90.21 por cento. Na última época terminaram com média de 42.674.

Quanto ao Sporting, tal como o FC Porto ainda não recebeu nenhum dos dois clássicos, mas os sinais são de perda, menos dez mil espectadores em média comparando com os números finais da época passada: 32.536 nesta altura, contra 43.623 nos 17 jogos do campeonato 2017/18.

A seguir, apesar da excelente época do Sp. Braga, o V. Guimarães ainda surge como o quarto clube com melhores assistências. Também com números ligeiramente acima da época passada, depois de já ter recebido o Sp. Braga. Quanto aos arsenalistas, para já têm média de 11.685, em linha com a época passada.

O Marítimo e o Boavista, que só tem 4 jogos no Bessa, ocupam as posições seguintes. E o oitavo lugar é nesta altura do Belenenses, na época de cisão dos azuis e com a SAD a jogar em casa emprestada, no Jamor. A equipa está com melhor média que na época passada, mas já recebeu FC Porto e Benfica.

O clube com pior assistência é o Desp. Aves. Ainda não recebeu nenhum dos «grandes», mas está com 1.656 espectadores em média, uma taxa de ocupação do estádio de 26.59 por cento.

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