Campeões: os portugueses que já beberam champanhe na Europa - TVI

Campeões: os portugueses que já beberam champanhe na Europa

Cristiano Ronaldo festeja «scudetto»

Com a época a chegar ao fim, multiplicam-se as festas de campeões por essa Europa fora, boa parte deles, com pelo menos um português na equipa. Há ainda outros que podem reforçar este contingente de luxo nos próximos dias. Venha ver quem já festejou e quem pode ainda festejar.

Campeão, champion, Meister, campione, campeón, campió, шампион, Kampioen, mistrz ou чемпион. Há várias maneiras de se dizer campeão na Europa, mas quase todos os clubes que já festejaram ou vão festejar nos próximos dias contaram com um contributo português, mais ou menos determinante, ao longo da época.

Há influência portuguesa, por exemplo, em todos os campeões das Big-5 – Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França – mas também nas ligas do sul da Europa, como a Grécia e o Chipre, do Leste, da Ucrânia à Rússia, e até pode vir a haver nos países mais pequenos, como Andorra e Luxemburgo.

Venha daí conhecer os doze portugueses que já abriram as garrafas de champanhe fora do país e todos os outros que ainda podem vir a tirá-las do congelador nos próximos dias.

Já há uma dúzia de campeões portugueses por essa Europa fora, a começar pelos mais evidentes, como são os casos de Bernardo Silva (Manchester City), Cristiano Ronaldo e João Cancelo (ambos da Juventus) ou Nélson Semedo (Barcelona). Há ainda algumas ligas por decidir, como é o caso da Bundesliga, na Alemanha, mas neste caso, aconteça o que acontecer, haverá sempre um campeão português.

CAMPEÕES QUE JÁ FIZERAM FESTA
Bernardo Silva Manchester City Inglaterra
Cristiano Ronaldo Juventus Itália
João Cancelo Juventus Itália
Nélson Semedo Barcelona Espanha
Luís Neto Zenit Rússia
Vieirinha PAOK Grécia
Sérgio Oliveira PAOK Grécia
Nuno Morais APOEL Chipre
André Vidigal APOEL Chipre
Mário Carmona Cluj Roménia
Thierry Moutinho Cluj Roménia
Jair Amador Maccabi Tel Aviv Israel

Cristiano Ronaldo com novos recordes em Itália

Começamos por ITÁLIA onde Cristiano Ronaldo, depois de nove épocas no Real Madrid, foi determinante na conquista do oitavo «scudetto» consecutivo da Juventus, tornando-se no primeiro jogador a vencer a Premier League, La Liga e a Série A.

Apesar de um ligeiro decréscimo no número de golos por época [21 golos, ainda com dois jogos por disputar, contra 26 na época anterior pelo Real Madrid], a verdade é que o internacional português não andou muito longe do seu registo habitual. Uma prestação que foi constantemente comparada, ao longo da época, com o evidente declínio do Real Madrid que não conseguiu alhear-se do sentimento de orfandade desde a saída do português [menos 31 golos marcados do que a época anterior].

Além de Cristiano Ronaldo, a Juventus contou ainda com o bicampeão João Cancelo, esta época com estatuto de titular reforçado, depois da saída de Lichsteiner (Arsenal), e que chega ao final da época como um dos laterais mais cobiçados da Europa.

João Cancelo já tinha sido campeão na época anterior, mas Cristiano Ronaldo foi agora o décimo português a conquistar um «scudetto» juntando-se a uma galeria de notáveis como Paulo Sousa (Juventus, 1994/95), Futre (Milan: 1995/96), Dimas (Juventus, 1996/97 e 1997/98), Fernando Couto (Lazio, 1999/00), Sérgio Conceição (Lazio, 1999/00), Rui Costa (Milan, 2003/04), Figo (Inter Milão, 2005/06, 2006/07, 2007/08 e 2008/09), Maniche (2007/08), Quaresma (2008/09 e 2009/10) e João Cancelo (Juventus, 2018/19).

Ainda com duas jornadas por disputar, a Juventus já festejou a conquista do título, somando, nesta altura, mais treze pontos do que o Nápoles.

Nélson Semedo cresce e volta a festejar

Um passeio para a Juventus em Itália e outro para o Barcelona em ESPANHA. Já falámos aqui do declínio do Real Madrid e a verdade é que sem o permanente duelo entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, a liga espanhola perdeu competitividade. O Barcelona festejou o título anda com três jornadas por disputar, garantindo o oitavo «caneco» em onze anos, o segundo para Nélson Semedo.

O lateral tem vindo a ganhar espaço no onze de Valverde e esta época já foi bem mais utilizado do que na anterior, com a particularidade de não ter perdido nenhum dos 25 jogos que fez pelos catalães para o campeonato, além de ter marcado um golo na vitória sobre o Girona (2-0).

Quando falta apenas uma jornada para o final do campeonato, o Barça já fez a festa, somando nesta altura 86 pontos, mais onze do que o Atlético Madrid e mais dezoito do que o Real Madrid.

Bernardo, o «menino querido» de Guardiola

A Premier League foi bem mais competitiva do que a Série A e a liga espanhola e o campeão só ficou definido nos últimos instantes da última jornada em INGLATERRA, com o implacável Manchester City de Guardiola a bater o sensacional Liverpool de Klopp ao «sprint». Um campeonato disputado taco a taco com um português em permanente evidência.

Nem é preciso consultar os números e estatísticas da fabulosa época de Bernardo Silva, basta ouvir os constantes elogios que treinador catalão foi derramando ao longo da época, conferência após conferência, sem se cansar de salientar as qualidades do médio português: «É ele e mais dez».

Renato Sanches e Raphael Guerreiro decidem tudo no sábado

Na ALEMANHA podemos anunciar, desde já, que no próximo sábado, pelas 16h15, haverá um campeão português e que também já foi campeão da Europa. Renato Sanches parte com dois pontos de vantagem sobre Raphael Guerreiro para a última jornada da Bundesliga que promete emoções fortes.

Dois grandes jogos com início marcado para as 14h30. O Bayern recebe o Eintrach Frankfurt de Jovic, carrasco do Benfica na Liga Europa, enquanto o Borussia Dortmund visita o seu homónimo de Mönchengladbach, atual quarto classificado. Dois jogos difíceis com a particularidade de os adversários dos candidatos ao título estarem a lutar pela última vaga para a Champions, ainda com o Bayer Leverkusen pelo meio. Promissor, com a garantia de quando houver festa haverá um português a beber cerveja.

Das Big-5 só no falta mencionar o campeão de FRANÇA. O milionário Paris Saint-Germain não tem portugueses no plantel, mas tem Antero Henrique como diretor desportivo. É o dirigente português que tem gerido a difícil relação entre o balneário e a direção, desde a saída de Unai Emery à chegada de Thomas Tuchel, passando pela contratação de Neymar e o conflito insanável com Adrien Rabiot. Além de Antero Henrique, o PSG conta ainda com outro português nas suas fileiras. Trata-se de Paulo Noga, integrado na equipa técnica como máximo responsável pela formação.

Ainda com duas jornadas por disputar, a equipa do Parque dos Príncipes soma mais dezasseis pontos do que o Lille e mais 22 do que o Lyon.

PORTUGUESES QUE AINDA PODEM SER CAMPEÕES
Renato Sanches Bayern Munique Alemanha
Raphael Guerreiro B. Dortmund Alemanha
Paulo Fonseca (TR) Shakhtar Donetsk Ucrânia
Luís Rocha Legia Varsóvia Polónia
Salvador Agra Legia Varsóvia Polónia
André Martins Legia Varsóvia Polónia
Cafú Legia Varsóvia Polónia
Iuri Medeiros Legia Varsóvia Polónia
Nuno Tomas CSKA Sofia Bulgária
Rúben Pinto CSKA Sofia Bulgária
Tiago Rodrigues CSKA Sofia Bulgária
Nuno Reis Levski Sofia Bulgária
Quaresma Besiktas Turquia
Lucas Sousa San Julià Luxemburgo
André Azevedo Santa Coloma Luxemburgo

Vieirinha festeja em campo com rotura de ligamentos

Tal como em Itália, na GRÉCIA também há dois campeões portugueses, um deles capitão de equipa e, atrevemos-nos a ir mais longe, já uma lenda viva na história do efusivo PAOK. A equipa de Salónica festejou a conquista do título 34 anos depois do último, colocando um ponto final a uma «seca» que já durava desde 1984/85, sob o comando do jogador português.

No jogo da consagração, o internacional português estava a recuperar de uma lesão grave num joelho [ligamento cruzado anterior e no menisco do joelho direito], mas ainda foi a jogo, no período de compensação, numa imagem que marca definitivamente este final de época.

«Deve ter sido a primeira vez que alguém entrou com uma rotura de ligamentos», contou o jogador nas páginas do Maisfutebol.

Além de Vieirinha, Sérgio Oliveira, cedido pelo FC Porto em janeiro, também foi campeão da Grécia. Apesar dos poucos meses no clube, o médio português deixou-se contagiar pela atmosfera febril de Salónica e diz que, agora, quer ficar no PAOK.

Luís Neto regressa a Portugal como campeão russo

Na RÚSSIA também se voltou a festejar em português. Depois de Danny, Manuel Fernandes e Éder, agora foi a vez de Luís Neto. O central português, que já assinou com o Sporting para a próxima época, já tinha sido campeão pelo Zenit, em 2014/15, e agora voltou a festejar mais um título.

Na época passada esteve cedido, por empréstimo, ao Fenerbahçe, mas este ano voltou a São Petersburgo para ajudar o Zenit a vencer mais um campeonato, apesar de nunca ter tido o estatuto de titular [cumpriu apenas 11 jogos na liga russa]. Com duas jornadas por disputar, o Zenit já é campeão, com mais nove pontos do que o Lokomotiv Moscovo, o anterior detentor do título.

Paulo Fonseca à beira de uma «dobradinha»

Na vizinha UCRÂNIA, Paulo Fonseca está a um passo, ou melhor, a um empate, de conquistar o terceiro título consecutivo ao serviço do Shakhtar Donetsk. Poderá até fazer a festa já na próxima quarta-feira quando o Zenit receber o rival Dínamo Kiev. Nesta altura já se disputam os play-offs entre os seis primeiros classificados da fase regular e, com quatro jogos por disputar, a equipa de Donetsk tem uma vantagem de onze pontos. 

Um novo título que dificilmente escapará ao treinador português que, ainda há dois dias, festejou a conquista da Taça da Ucrânia. Desta vez, Paulo Fonseca será o único treinador português campeão na Europa, depois de outros anos em que dividiu o prestígio com outros compatriotas. Fora da Europa, no entanto, houve mais champanhe a escorrer para os lados do Médio Oriente: Jesualdo Ferreira liderou o Al Sadd ao título no Qatar, em abril passado e também contou ao Maisfutebol como foi, e, agora, Rui Vitória também acabou de sagrar-se campeão na Arábia Saudita, à frente do Al Nassr. O antigo treinador do Benfica pode, inclusive, festejar um segundo título no sábado, caso a equipa da Luz também confirme a conquista do título.

Voltando à Europa, na POLÓNIA também ainda não há campeão, mas ainda há uma possibilidade de haver festa portuguesa no domingo. O Piast Gliwice, que nunca foi campeão, parte para a última jornada dos play-offs com dois pontos de vantagem sobre o Legia de Varsóvia de Luís Rocha, Salvador Agra, André Martins, Cafú e Iuri Medeiros. A antiga equipa de Sá Pinto tem de vencer o Zaglebie Lubin e esperar que o inédito líder escorregue frente ao Lech Poznan. Difícil, mas não impossível.

O primeiro bicampeonato do «romeno» Carmona

Na ROMÉNIA, Mário Carmona já festejou o terceiro título com a camisola do Cluj (2011/12, 2017/18 e 2018/19). O primeiro bicampeonato para o clube e para o médio português que, aos 33 anos, destaca-se como um dos jogadores mais respeitados da história do clube.

Um português que já se sente «romeno», com o próprio contou a David Marques, no Estórias Made In, em fevereiro passado.

Além de Carmona, o Cluj conta também nas suas fileiras com Thierry Moutinho, um português nascido em Genebra e que, até chegar à Roménia, dividiu a carreira entre clubes suíços e espanhóis.

Na BULGÁRIA ainda não há campeão. O heptacampeão Ludogorets, sem portugueses, acabou a fase regular no topo da classificação, mas agora o título decide-se num play-off entre os seis primeiros classificados e os clubes de Sofia, ambos com portugueses, ainda têm uma palavra a dizer.

Particularmente o CSKA de Nuno Tomás, Rúben Pinto e Tiago Rodrigues, que está a apenas três pontos do crónico campeão de Razgrad, mas também o Levski de Nuno Reis, neste caso com menos ambição, tendo em conta os sete pontos para recuperar nas três jornadas que faltam disputar.

Nuno Morais festejou nono título com golo

No CHIPRE também é rara a temporada em que não haja um português a festejar, mas nunca ninguém festejou tanto como Nuno Morais que, no passado dia 5, festejou o seu nono título no país, o sétimo consecutivo com a camisola do APOEL Nicósia. Uma festa que contou com um golo português no jogo da consagração.

Esta época, Nuno Morais contou com a companhia do jovem André Vidigal que, aos 20 anos, chegou a meio da época, proveniente dos holandeses do Fortuna Sittard, mas ainda a tempo de festejar o seu primeiro título cipriota.

No LUXEMBURGO o crónico campeão Dudelange está à beira de festejar mais um título. O jovem defesa Daniel Gonçalves era o único português do plantel, mas foi cedido ao FC Mondercange no início da época. Ainda há Stélvio Cruz, jogador da formação do Sp. Braga, nascido em Angola, mas com dupla nacionalidade portuguesa. Em ISRAEL, já fora da Europa, mas no domínio da UEFA, também temos um campeão que divide a nacionalidade portuguesa com a de Cabo Verde. Trata-se de Jair Amador que já é campeão pelo Maccabi Tel Aviv.

ANDORRA também vai ter festa portuguesa no domingo num duelo determinante entre o Sant Julià de Lucas Sousa e o Santa Coloma de André Azevedo. Quem ganhar junta-se a este grupo seleto de campeões.

Uma palavra ainda para a TURQUIA que já teve mais portugueses candidatos ao título. Este ano sobrou apenas Ricardo Quaresma que, nesta altura, guarda ainda uma ténue esperança de chegar ao topo da classificação da Superliga.

O Galatasaray e o Istambul Basaksehir dividem o comando da classificação, com 66 pontos, enquanto o Besiktas segue logo atrás, com 62, quando faltam apenas duas jornadas por disputar. A esperança do Besiktas reside no facto dos líderes defrontarem-se na próxima ronda, mas só um empate mantém a equipa do português das «trivelas» na corrida.

Depois há aqueles «estranhos» países que conseguem ter campeões sem portugueses. São os casos do Genk (Bélgica), Ajax (Holanda), Celtic (Escócia), Red Bull Salzburgo (Áustria), FC Copenhaga (Dinamarca), Young Boys (Suíça), Dínamo Zagreb (Croácia), Slavia Praga (Rep. Checa), Ferencvaros (Hungria), KF Shkëndija (Macedónia), Partizani (Albânia), Vaduz (Lietchenstein) ou Qarabag (Azerbaijão).

Nestes últimos casos, fazemos apenas uma referência a Zeca Rodrigues, campeão pelo FC Copenhaga, na Dinamarca, mas o médio, nascido e criado na Amadora, com formação no Casa Pia, fez quase toda a carreira na Grécia, ao serviço do Panathinaikos, e acabou por ser internacional grego.

Nas ligas da Escandinávia, bem como em algumas antigas repúblicas soviéticas, também não registo de portugueses campeões, mas essa ligas não foram tidas em conta nesta análise, uma vez que, condicionadas por invernos mais rigorosos, têm um calendário diferente. Nestes casos, a época começou em março passado e decorre até outubro/novembro.

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