Pequenos negócios de Wall Street apoiam plano Paulson - TVI

Pequenos negócios de Wall Street apoiam plano Paulson

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Cafés e restaurantes já se estão a ressentir

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Em Wall Street, os pequenos negócios ressentiram-se com a rejeição no Congresso do plano da administração Bush para comprar activos de alto risco mas ninguém acredita que a Câmara dos Representantes repita o resultado da última votação.

«A Câmara dos Representantes tem de aprovar o fundo de 700 mil milhões de dólares para não ir tudo ao fundo», diz Jare Salmon, de 45 anos, à agência «Lusa».

Desde o princípio do ano que Salmon, gerente do Wall Street Café há quatro anos, tem notado uma queda na quantidade de clientes, «quase tão vertiginosa como a de Wall Street».

«À hora de almoço costumava ter filas até à rua. É uma da tarde e estão aqui quatro pessoas», lamenta-se.

Salmon diz que o pior é o que tem notado a nível pessoal: «Na rua onde vivo, em Staten Island, há três casas à venda porque os meus vizinhos deixaram de poder pagá-las. E só um deles é que ficou sem emprego.»

«Entre Janeiro e Julho, perdi 40 mil dólares na anuidade do meu plano de reforma», explica, acrescentando que tem rezado todos os dias para o patrão não ficar com dificuldades em pagar-lhe o ordenado. «Felizmente, até agora, não tem havido atrasos.»

Mais casos de desânimo

No restaurante em frente, a história é a mesma. «É claro que isto afecta o negócio. Esta semana, nunca tive mais de meia casa cheia», diz à agência «Lusa» Adil Avunduk, gerente do Cipriani, um espaço de luxo mesmo às portas da Bolsa de Nova Iorque, frequentado por «gente importante de Wall Street».

«Os clientes não ficaram pobres do dia para a noite mas, psicologicamente, perder dinheiro não é uma situação confortável. Presumo que não lhes apeteça grandes almoços», continua, acrescentando que, no entanto, «desde o princípio do ano que o negócio se ressente».

Anthony Fatone, gerente do New York Sports Club de Wall Street, anda desanimado há várias semanas. Esclarece que perde clientes todos os meses mas recusa-se a pormenorizar a situação. E também não tem a certeza de que, passando a proposta da Administração Bush, se resolverão os problemas de Wall Street.

«Wall Street trata-se de jogar com o dinheiro dos outros. Se não é o nosso dinheiro arriscamos mais, temos tendência a ser menos cautelosos. Pôr o Estado a comprar activos de alto risco não vai resolver o problema de fundo-a natureza de Wall Street. Mas, pelo menos, ajuda a manter a confiança dos investidores e, provavelmente, a fazer regressar alguns dos meus clientes», salientou.
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