Combate de Bush à crise financeira custa 485 mil milhões de euros - TVI

Combate de Bush à crise financeira custa 485 mil milhões de euros

  • Rui Pedro Vieira
  • 20 set 2008, 19:45
Presidente George W. Bush

Estado vai passar a gerir instituições em crise

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O esforço é urgente e foi avançado pela Administração Bush este sábado: são necessários 485 mil milhões de euros (ou seja, 700 mil milhões de dólares) para prestar pronto-socorro ao sistema financeiro da maior economia do mundo.

É desta forma que o Executivo norte-americano conta travar a turbulência das últimas semanas, embora a crise (com a sua génese no mercado imobiliário de alto risco) já se estenda há mais de um ano.

De acordo com o jornal «The New York Times», que apresentou o documento de três páginas que já foi apresentado ao Congresso, as Finanças (e, consequentemente, o dinheiro dos contribuintes) sustentarão o investimento até ao valor avançado, assumindo o encargo das instituições financeiras durante dois anos, incluindo os activos imobiliários.

Desta forma, o Departamento do Tesouro norte-americano compromete-se a adquirir activos de qualquer instituição «com sede nos Estados Unidos» e as Finanças terão a possibilidade de, sempre que assim o desejarem, manter em seu nome os activos recuperados.

Além desta ajuda de grandes proporções, que segue em linha com o previsto pelos analistas e que foi, em grande parte, responsável pelo respirar de alívio dos mercados norte-americanos e europeus nesta sexta-feira, o plano da Administração Bush contempla igualmente que a capacidade de dívida do Governo dos Estados Unidos se possa estender até aos 11,3 biliões de dólares.

Valor é grande «porque problema é grande»

Depois de, nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos ter considerado que uma intervenção do Estado é «essencial» na altura de acalmar o mercado financeiro, George W. Bush veio agora a público para referir que o valor avançado «é elevado porque o problema é grande».

Na sua mensagem radiofónica semanal, citada pela «AFP», Bush voltou a referir a importância de um plano governamental de apoio a instituições em risco e apelou a que sejam deixadas de lado as cores dos partidos na altura de colocar o projecto em marcha.

«Estou convencido de que este plano ambicioso custará muito menos às famílias norte-americanas do que a outra hipótese», referiu.

Entretanto, os líderes congressistas terão já avaliado a proposta de acção da Administração Bush para resgatar o sector financeiro, embora tenham apelado para que os trabalhadores das instituições em causa também sejam apoiados.

A crise dos mercados, que gerou a falência do banco de investimento Lehman Brothers e a quase queda da seguradora AIG, já foi por diversas vezes comparada à Grande Depressão de 1929.
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