A dois dias da final do Euro2016, Cristiano Ronaldo perspetivou o duelo decisivo com a França, entregando o favoritismo à seleção anfitriã da prova, mas assumindo o desejo de erguer o primeiro grande troféu da história da equipa das quinas.
«A França tem uma equipa fantástica, jogam muito bem. Na minha opinião é um pouco mais favorita do que nós porque joga em casa, algo que é uma grande vantagem. Tem todo o país a apoiá-la, mas é uma final, onde tudo é possível», começou por dizer o capitão de Portugal, em entrevista à UEFA.
«Estamos preparados e vamos ser certamente uma equipa difícil de vencer. Ainda ninguém nos derrotou neste torneio, por isso espero que a França também não nos consiga vencer. Vai ser um jogo complicado para ambas as equipas», acrescentou.
Ronaldo assumiu, naturalmente, que vencer o Euro2016 «significaria muito». «É algo com que sempre sonhei, ganhar com a Seleção Nacional. Ganhei tudo a nível de clubes e a nível individual, por isso seria um feito enorme ganhar algo ao serviço da Seleção. Acredito que isso é possível, assim como os meus colegas e todo o país, e os emigrantes aqui em França também acreditam. Temos de ter pensamento positivo porque acredito que no domingo será a primeira vez que Portugal vai vencer um troféu importante», afirmou.
O capitão da equipa das quinas recordou a final de 2004, perdida para a Grécia, mas defendeu a ideia de que «tiramos sempre ilações das derrotas». «Sempre aceitamos melhor quando erramos. A nível pessoal tiro boas experiências, e não tanto más, pois tinha 18 anos, tinha acabado de jogar pelo Man Utd e depois fui para a seleção e para o Euro, na minha estreia pela Seleção. Foi tudo muito rápido e para mim foi quase tudo uma surpresa, uma ilusão, um sonho. O desfecho não foi o desejado, mas o balanço foi positivo, pelo menos para mim. Tinha apenas 18 anos e foi um momento único na minha carreira», recordou.
Relativamente à campanha neste Euro2016, Ronaldo disse que Portugal começou «de maneira soft», mas que depois melhorou. «Os resultados nos primeiros jogos não eram aquilo que desejávamos, mas no cômputo geral a prestação é positiva, pois para se chegar a uma final é preciso muito mérito e nós temos», resumiu.
Primeiro jogador a marcar em quatro edições do Campeonato da Europa, e recordista de golos da prova, a par do francês Michel Platini, Cristiano Ronaldo disse que esses registos «surgem de forma natural». «Não estou obcecado com recordes. São coisas que acontecem. Por isso é bonito, mas é só isso. Quero é estar na história. Já o consegui nos clubes por onde passei e na seleção também. Quero continuar a minha história. Sinto-me bem, sinto-me jovem, com força. O que mais quero é continuar na minha linha de sucesso», concluiu.