Cristiano Ronaldo alvo de insultos homofóbicos por parte de ultras húngaros - TVI

Cristiano Ronaldo alvo de insultos homofóbicos por parte de ultras húngaros

  • Sérgio Pires
  • Enviado especial do Maisfutebol ao Euro 2020
  • 16 jun 2021, 12:48
Bancadas Hungria-Portugal

Situação aconteceu durante o jogo de estreia de Portugal no Euro 2020, na Puskás Aréna

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Cristiano Ronaldo foi alvo de insultos homofóbicos durante o Portugal-Hungria, que terminou com um triunfo por 3-0 da Seleção Nacional numa estreia com o pé direito no Euro 2020.

«Cristiano homossexual», ouve-se no vídeo da transmissão televisiva. Uma provocação que não parece ter afetado minimamente o capitão da equipa portuguesa, que acabou por bisar na partida e bater dois recordes: o de melhor marcador da história dos Europeus (11 golos) e o de jogador com mais Campeonatos da Europa disputados (cinco).

Os insultos vieram do setor de ultras da seleção da Hungria, identificados com t-shirts negras, que ficaram situados na curva sul do Puskás Aréna, por trás de uma das balizas. 

A Carpathian Brigade '09 é um grupo de adeptos radical, alguns com ligações à extrema-direita, que se destaca pelo seu ruidoso apoio nos jogos da seleção. Aquando do golo anulado à Hungria, foi desse setor que saiu um adepto que invadiu o relvado, tendo havido também lançamento de copos de plástico para o relvado e acendimento de tochas.

Antes do Hungria-Portugal, este grupo de ultras realizou uma marcha com milhares de adeptos entre a Praça dos Heróis e o estádio, num percurso de cerca de três quilómetros.

Esta polémica não teve destaque na imprensa húngara. O Nemzeti Sport, principal diário desportivo do país, faz naturalmente manchete com o jogo: «O milagre húngaro durou 84 minutos.» Por sua vez, o desportivo online Bünteto escreve que «Passagem da Hungria à próxima fase fica presa por um fio de cabelo». Nos blocos informativos do M4 Sport, o canal desportivo da televisão estatal (a mais vista no país), também não abordaram os insultos a Ronaldo.

Recorde-se que a Hungria vive neste momento uma polémica com uma proposta feita por dois membros do Fidesz, partido do poder, para criminalizar a «promoção» da homossexualidade no país junto dos menores de idade. Esta intenção tem merecido forte contestação por estar integrada numa lei anti-pedofilia. Diferentes setores da sociedade húngara denunciam que nestas emendas existe uma intenção propositada em confundir crimes sexuais com direito à identidade de género.

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