Euro2020: Alemanha-Hungria, 2-2 (crónica) - TVI

Euro2020: Alemanha-Hungria, 2-2 (crónica)

Goretzka salvou submarino alemão

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A Alemanha sofreu a bom sofrer para chegar aos oitavos de final do Euro2020, num jogo em que esteve a maior parte do tempo a perder e afundada, debaixo de intensa chuva, no último lugar da classificação do Grupo F. A Hungria apresentou-se com a lição bem estudada, anulou a equipa de Joachim Löw, com uma marcação cerrada a Gosens, e chegou primeiro ao golo baralhando por completo todas as contas que se fizeram antes do início dos jogos. A Mannschaft teve de ir ao banco buscar toda a artilharia para chegar, pela segunda vez, ao empate, a seis minutos do final, com uma bomba de Goretzka.

Joachim Löw e Marco Rossi mantiveram as apostas nos respetivos onzes, depois dos bons resultados alcançados na segunda jornada, apenas com o selecionador alemão a trocar o lesionado Müller por Leroy Sané no ataque. A Mannschaft, moralizada pela goleada a Portugal, procurou aplicar a mesma receita, explorando os corredores para chegar rapidamente à área de Gulásci, mas os húngaros apresentaram-se no Arena de Munique com a lição bem estudada.

Logo após o pontapé de saída, os alemães montaram o cerco à área magiar, sem dificuldades, uma vez que os húngaros recuaram em bloco, defendendo com uma linha de cinco e contavam ainda com três médios a atrapalhar na zona de construção. Uma evidência também logo a abrir. O lado esquerdo, ao contrário do que aconteceu com Portugal, estava entupido. Gosens foi alvo de forte marcação de Négo, ao ponto de obrigar a Alemanha a atacar quase sempre pela direita, por Kimmich e Havertz.

Estava tudo montado para ser um jogo de sentido único quando, aos 14 minutos, a Hungria saiu a jogar, numa transição rápida, com o meio-campo a fazer um compasso de espera, para depois Sallai cruzar em profundidade para Szallai marcar, em mergulho, de cabeça. Um lance que baralhava por completo todas as contas que tinham sido feitas antes do jogo.

A Alemanha procurou reagir de pronto, aumentando a velocidade do jogo, ao mesmo tempo que começava a cair um autêntico dilúvio em Munique, mas foi de bola parada que os alemães estiveram perto do empate, na sequência de um pontapé de canto, com Hummels a atirar à trave. Mas de bola corrida, a equipa de Joachim Löw continuava a encontrar tremendas dificuldades para conseguir profundidade. Nesta altura, Cristiano Ronaldo marcava em Budapeste e os alemães caíam mesmo para o último lugar do grupo.

A Hungria respondeu à intensidade dos alemães e o jogo tornou-se mais feio, com muitas faltas, muitas interrupções a engasgar a reação da equipa a casa que, face à muita chuva que caía, também sentia dificuldades em adaptar-se ao terreno mais pesado. O intervalo chegou a voar, numa altura em que a França também chegava ao empate em Budapeste.

Máquina de calcular para o lixo

A segunda parte começou nos mesmos tons, mas com Kimmich numa posição mais central, a organizar o jogo e Ginter a fazer todo o corredor direito, mas a verdade é que pouco mudou. A Alemanha chegava com facilidade às imediações da área, mas depois não tinha espaços e expunha-se às transições perigosas dos húngaros. Joachim Löw mandou aquecer Müller e Werner, mas foi nesta altura que a Alemanha chegou ao empate, num lance de bola parada. Livre de Kroos, saída fora de tempo de Gulásci e Havertz a marcar de cabeça.

Os alemães respiravam de alívio e saltavam do último lugar para o primeiro, uma vez que Portugal já tinha nivelado o resultado em Budapeste, mas por muito pouco tempo. Bola ao centro e a Hungria recuperou a vantagem logo a seguir. Passe longo de Szallai a lançar Schäfer por entre os centrais alemães. Neuer ainda saiu ao encontro da bola, mas Schäfer desviou de cabeça para o segundo golo da Hungria. Nova balde de água fria para a Alemanha que já tinha Müller e Werner no ataque.

Com os ponteiros a correrem para os últimos quinze minutos, Marco Rossi procurou reforçar o meio-campo, prescindindo de Sallai [grande jogo!] para lançar Schön. A Hungria conseguia adormecer o jogo que minutos antes estava frenético obrigando os alemães a trocarem a bola cada vez mais longe da baliza de Gulásci.

Os minutos voltavam a correr rápido para os alemães e Löw arriscou tudo, prescindindo de Ginter e Gosens para lançar Musiala e Voland para o último assalto. A Mannshaft, mais artilhada do que nunca, com todas as armas da frente, carregou com tudo e acabou por chegar ao empate, a seis minutos do final, de ressalto em ressalto, num lance em que a bola acabou por sobrar para Goretzka que restabeleceu o empate com uma «bomba».

Um empate que garantia a qualificação para a Alemanha, qualquer que fosse o resultado em Budapeste, e que deixava a Hungria pelo caminho.

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