Euro 2020: Croácia-Espanha, 3-5 a.p (crónica) - TVI

Euro 2020: Croácia-Espanha, 3-5 a.p (crónica)

Heróis e vilões, erros, lições (e emoções)

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E talvez Miguel de Cervantes pudesse estar cá para escrever um romance em castelhano sobre uma tarde épica em Copenhaga.

E podê-lo-ia fazer, por exemplo, à boleia de Slavoljub Penkala, engenheiro croata que, no início do século XX, impulsionou o aparecimento da lapiseira.

Afinal, houve heróis e vilões. Erros e lições.

Isso e uma grande história com oito golos. Apuramento espanhol. Mas muito mais.

O primeiro, um autogolo inacreditável.

Depois, uma aguerrida reviravolta espanhola até ao 1-3, mas resposta croata, com um golo confirmado pelo relógio do árbitro e o 3-3 que arrastou as decisões para o prolongamento.

Aí, já com emoção de sobra, foi Espanha a fechar o livro do apuramento e a história do jogo com mais golos do Euro 2020. Acabou com 5-3 e a fazer espelho com o passado: ainda não foi desta que a Croácia passou uma fase a eliminar a um só jogo no Euro e a Espanha continua a alimentar a tradição. Não perdeu na fase de grupos nas três vezes em que foi campeã – e segue em prova. Fica à espera do França-Suíça desta noite.

O 1-0 da Croácia, aos 20 minutos, surgiu totalmente contra a corrente de jogo. De uma Espanha dominadora até então. Aconteceu quando Pedri atrasou uma bola quase do meio-campo que Unai Simón não dominou: nono autogolo no Euro 2020, tantos como todos os outros. E um primeiro vilão.

Depois disso, os homens de Luis Enrqiue acusaram um pouco golo e a Croácia cresceu, mas a raça de ‘La Roja’ acabou com Pablo Sarabia a desatar a fúria espanhola, espelhada no lance de insistência que deu o 1-1 ao minuto 38.

No meio de vilões e heróis, um estreante e com cabeça fria no sítio certo: aos 57 minutos, teve-a Azpilicueta para o seu primeiro golo à 27.ª internacionalização por Espanha, concluindo um cruzamento de Ferrán Torres.

Por esta altura já os espanhóis tinham bem a cara lavada após o intervalo. E Unai Simón a luva limpa: redimiu-se ao minuto 67 para negar o 2-2 a Gvardiol, antes de Ferrán Torres, depois de assistir, também marcar: tirou frutos da visão de Pau Torres num livre rápido que apanhou a Croácia em contrapé e deixou Livakovic pregado ao relvado (77m).

Croácia-Espanha: todo o filme do jogo

Depois de tudo isto, engane-se quem, com 3-1 aos 85 minutos, pensava que já eram favas contadas. Zlatko Dalic tirou frutos do banco e a Croácia arrastou o jogo para mais meia hora de emoções.

Primeiro foi Orsic a concluir uma jogada de insistência num golo confirmado de imediato pelo relógio do árbitro Cuneyt Çakir. Depois, Orsic e Pasalic – ambos saídos do banco – fabricaram o 3-3 no segundo de seis minutos de compensação: o primeiro cruzou, o segundo teve cabeça e empatou.

No prolongamento, os «vatreni» [ardente] deram mais calor ao jogo por Kramaric, que quase fez um 4-3 que Unai Simón – primeiro vilão, aqui herói – negou e viu depois surgir do outro lado.

Dani Olmo, também ele saído do banco, foi o herói responsável por tratar do serviço final. Cruzou primeiro para Morata assinar o quarto golo espanhol aos 100 minutos e, pouco depois, deu o 5-3 final a Oyarzabal (103m), que também saltou do banco para render juros, selar contas e arrumar Espanha para os quartos.

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