A Zon Euro está a estudar formas de atrasar uma parte ou até mesmo a totalidade do segundo pacote de resgate à Grécia, no valor de 130 mil milhões de euros, mas evitando que o país entre em incumprimento desordenado em Março, avança a Reuters, que cita fontes da União Europeia. Os atrasos podem mesmo remeter o segundo resgate para depois das eleições gregas, esperadas para Abril.
Isto no dia em que o ministro das Finanças do país garantiu que há « vários países já não nos querem no euro».
Ainda que a maioria dos requisitos para este segundo programa estejam prontos, os ministros das Finanças do euro não estão satisfeitos com o grau de compromisso dos líderes políticos gregos com o plano, que requer mais cortes na despesa pública e reformas laborais pouco populares.
Os ministros consideram que também não está garantida a redução da dívida pública do país (que medida em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) ronda os 160%) para 120% até 2020, através do programa de ajustamento, como querem o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia (CE).
«Há propostas para atrasar o pacote grego, ou dividi-lo, de modo a evitar um default mas sem comprometer tudo», disse uma das fontes da Reuters. A reunião do Eurogrupo agendada para esta quarta-feira foi cancelada, mas os ministros das Finanças da Zona Euro vão falar esta tarde por telefone e, segundo a mesma fonte, «vão discutir as alternativas. Há pressão por parte de vários países para aguentarem até existir um compromisso da Grécia, o que pode não acontecer até depois das eleições».
Segundo a agência, a Alemanha, a Finlândia e a Holanda são os países que têm feito pressão para adiar o resgate.
O porta-voz do comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Amadeu Altafaj, tinha já dito aos jornalistas que ainda não estava decidido se o pacote de ajuda à Grécia, que sempre foi encarado como uma só peça, poderia ser dividido.
O problema que pode ser trazido com esta solução é convencer os credores privados da Grécia a perdoar parte da dívida sem que o segundo pacote de resgate esteja em andamento, uma vez que, sem ele, a Grécia pode entrar em incumprimento e não pagar a restante dívida.
«Isto significaria que teríamos de pagar os 14,5 mil milhões de euros de dívida grega que vencem em Março o que seria um desperdício», disse uma fonte europeia à Reuters. «Mas ainda há dinheiro do primeiro resgate, por isso, podíamos fazê-lo», acrescentou.
Grécia: Zona Euro estuda adiar resgate mas sem falência
- Paula Martins
- 15 fev 2012, 13:45
Ministros das Finanças não estão satisfeitos com compromisso dos políticos gregos nem com garantias de redução da dívida. Programa pode ser adiado para depois das eleições, em Abril
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