Entre dez a 15 abalos são sentidos anualmente em Portugal Continental - TVI

Entre dez a 15 abalos são sentidos anualmente em Portugal Continental

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Entre dez a 15 sismos são sentidos anualmente em Portugal Continental, sendo o Algarve e Alentejo as zonas habitualmente mais afectadas, de acordo com dados fornecidos à Agência Lusa pelo Instituto de Meteorologia.

No espaço de um mês já se registaram três sismos sentidos em Portugal Continental: o mais forte a 13 de Dezembro, a sudoeste do Cabo de São Vicente, outro dia 03 de Janeiro a sul de Olhão e o último, hoje, a 15 quilómetros a sul de Montemor-o-Velho.

«O facto de termos três sismos sentidos no espaço de um mês não tem qualquer significado especial e não indica nenhuma actividade sísmica fora do normal» explicou à Agência Lusa Fernando Carrilho, especialista do Instituto de Meteorologia (IM).

Entre dez a 15 sismos são sentidos todos por ano em território continental e muitos mais são localizados (registados com rigor e com uma magnitude estimada).

No ano passado foram sentidos nove sismos e 773 foram localizados em Portugal Continental e região adjacente (que engloba zonas junto à fronteira com Espanha e parte do norte de África).

Em 2003 ocorreram 535 sismos, mas apenas 11 foram sentidos pelas pessoas no continente.

Nos dez primeiros dias deste ano foram já localizados 27 sismos, dois dos quais sentidos.

«É já habitual haver pequenos sismos, sobretudo no Algarve e Alentejo, nas zonas de Évora e Arraiolos. Mas, por exemplo, em 2003 houve muita sismicidade na zona do Douro», explicou Fernando Carrilho.

Acrescentou que não é possível estabelecer qualquer relação entre os sismos que se sentiram no último mês em Portugal Continental, já que os abalos ocorreram em zonas sismográficas distintas.

O especialista admite que ao longo dos anos têm sido registados mais sismos em Portugal, mas isso deve-se ao «reforço da capacidade de monitorização».

Os sismos que ocorrem no país têm como principal fonte a tensão e interacção entre as placas euroasiática e africana, que convergem a sul cerca de quatro milímetros por ano.

Fernando Carrilho considera que «não é taxativo» dizer que os pequenos sismos são importantes para evitar a ocorrência de um abalo maior.

«Em valores aproximados, serão necessários mil sismos de magnitude 3.0 em Richter para ser equivalente a um de magnitude 5.0, em termos de libertação de energia. Daí que essa leitura não é taxativa», exemplificou.

No dia 13 de Dezembro de 2004, às 14:16 foi registado um sismo de magnitude 5.4 na em Richter com epicentro a sudoeste do cabo de São Vicente. O abalo foi sentido em Lisboa e no Centro e Sul do país.

A 03 de Janeiro, um sismo de 4.1 em Richter ocorreu às 11:34 a sul de Olhão e foi sentido em Faro e Albufeira.

Hoje, um abalo de 3.8 em Richter ocorreu 15 quilómetros a sul de Montemor-o-Novo. Sentiu-se pelo menos nas localidades alentejanas de Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Évora e Alcácer do Sal.

Em Lisboa, o Instituto de Meteorologia apenas tem registo de que o sismo tenha sido sentido na zona de Santa Apolónia.
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