Portugal poderá prolongar permanência militar no Afeganistão - TVI

Portugal poderá prolongar permanência militar no Afeganistão

Começam buscas no Afeganistão

Portugal poderá prolongar a sua participação na Força Internacional de Assistência e Segurança (ISAF) da NATO no Afeganistão, estando uma decisão dependente das alterações que vierem a ser decididas pelos responsáveis da NATO à estrutura da força, noticia a agência «Lusa».

«A missão portuguesa no Afeganistão está estabilizada até Agosto do próximo ano. Daqui até lá, é provável que tenhamos de reavaliar a participação portuguesa», disse hoje o Chefe de Estado- Maior do Exército (CEME), Valença Pinto, que acompanha o ministro da Defesa, Luís Amado na sua primeira visita ao contingente português integrado na força da NATO presente no Afeganistão.

Ressalvando que, por enquanto, «não existem dados que permitam» avaliar se Portugal manterá a sua presença na força da Aliança - e de que tipo -, Valença Pinto acrescentou que «não se deverá afastar muito do tipo de contributo» actual.

Ao Afeganistão poderá também voltar um avião de transporte Hércules C-130, que já esteve em missão ao serviço da ISAF de 21 de Julho de 2004 a 30 de Junho de 2005, adiantou o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Taveira Martins, que acompanha também Luís Amado.

«Há já conhecimento de que haverá pedidos para o C-130 voltar ao Afeganistão, uma vez que há uma necessidade em termos de NATO de aeronaves daquele tipo», disse o chefe da Força Aérea, acrescentando que existe ainda um pedido da NATO para a permanência a partir de 01 de Dezembro, no aeroporto de Cabul de 10 controladores, «para fazer formação nas áreas do controle».

O regresso de um C-130 da Força Aérea ao Afeganistão está, no entanto, dependente de «autorização política que tem que ser avaliada por quem de direito», salientou.

A Força Aérea tem actualmente a responsabilidade pela gestão, segurança e controle de tráfego do aeroporto internacional de Cabul, assegurada por 37 militares, transferindo a 05 de Dezembro o comando da infra-estrutura para forças gregas.

A missão portuguesa no Afeganistão, composta por 196 militares (148 comandos), «está estabilizada até Agosto do próximo ano», salientou o CEME.

«A missão portuguesa no Afeganistão está estabilizada até Agosto do próximo ano. Antecipa-se para meados do próximo ano uma evolução na actual estrutura de forças da ISAF, que será discutida a nível político. Daqui até lá haveremos de, todos juntos, redefinir isso. Neste momento não temos todos os dados que nos permitam antecipar que solução será», acrescentou.

Valença Pinto assegurou, de resto, que o quadro financeiro actual das Forças Armadas «permite, no essencial, manter uma missão» como a que está actualmente presente no Afeganistão, apesar de o momento ser para o ramo de «economia obrigatória».

No Bahrain, de onde partirá dentro de horas rumo ao Afeganistão para transmitir «um abraço» de todo o ramo aos militares em missão e falar com o comando da ISAF (actualmente exercido pelo Tenente-General italiano Mauro del Vecchio), o responsável máximo do Exército enalteceu o trabalho da missão internacional no Afeganistão.

«A situação militar no Afeganistão pode caracterizar-se pelo seguinte: é melhor do que há uns anos atrás, quando entrou a força internacional. Estável não é com certeza, de acordo com os nossos padrões, mas é muito melhor, há muito melhores perspectivas, as estruturas nacionais estão a implementar-se, há uma grande melhoria no plano dos direitos. O país não é ainda uma zona fácil, mas estamos no bom caminho», disse.

Em Cabul, onde chega segunda-feira ao início da manhã, Luís Amado deverá ser recebido pelos militares que asseguram o controle do aeroporto da capital afegã, encontrando-se em seguida com o comandante italiano da ISAF.

à tarde, o ministro da Defesa reúne-se com os restantes militares portugueses integrados na ISAF e almoça com os 148 membros da companhia de comandos estacionados no aquartelamento de Camp Warehouse, que chegaram a Cabul a 03 de Agosto
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