Fundos em Portugal «escapam» à crise hipotecária

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) garante que não existem dificuldades anormais nos fundos de investimento nacionais, decorrentes da crise hipotecária.

Em comunicado, a autoridade, que tem vindo a acompanhar, também em contacto directo com as sociedades gestoras de fundos de investimento, o comportamento e a evolução destes no actual enquadramento dos mercados financeiros internacionais e nacional, garante que «nos fundos de investimento portugueses, autorizados e supervisionados pela CMVM, não foram detectadas situações de dificuldade anormal na sua gestão».

Ou seja, por um lado, «os níveis de liquidez dos fundos de investimento têm respondido adequadamente às necessidades de resgate verificadas». Por outro lado, «a exposição directa dos fundos de investimento ao mercado de obrigações colateralizadas por créditos imobiliários residenciais de elevado risco (subprime) é muito reduzida, embora detenham nas suas carteiras obrigações colateralizadas por diversos tipos de activos».

«Em qualquer caso, o processo de avaliação mark-to-market dos valores mobiliários que compõem a carteira dos fundos de investimento implica que estes, quando são comercializados junto dos investidores, reflectem diariamente as variações de preços verificados nesses valores mobiliários e nos mercados financeiros», acrescenta a CMVM.

No que respeita à comercialização em Portugal de fundos de investimento mobiliário harmonizados, com origem em Estados-membro da União Europeia, verificou-se a suspensão da comercialização de dois fundos harmonizados (Parvest Dynamic ABS e WestLB Compass Fund). Nestes casos concretos, o montante agregado colocado em Portugal por três entidades comercializadoras é de aproximadamente 19.5 milhões de euros, envolvendo 212 investidores.

A CMVM conclui garantindo que dará conta de qualquer elemento informativo novo que se mostre relevante para os investidores.