Noruegueses querem vender bacalhau mais caro em Portugal - TVI

Noruegueses querem vender bacalhau mais caro em Portugal

Bacalhau

Os exportadores noruegueses pretendem introduzir no mercado português um novo tipo de bacalhau, para consumir fresco, e com um preço mais alto, destinado principalmente aos restaurantes do segmento elevado, afirmou esta segunda-feira uma fonte da Norge.

Em declarações à agência «Lusa», o representante da Norge (conselho dos exportadores de produtos do mar da Noruega) em Portugal, Oyvind Jensen, avançou que vai ser iniciada uma campanha de lançamento do bacalhau chamado de skrey no mercado português.

A campanha, que terá um investimento de cerca de 40 mil euros, será feita através de publicidade em revistas profissionais, dirigidas à restauração e aos seus frequentadores, e em sites relacionados com gastronomia.

Para já só está a ser comercializado bacalhau skrey na Makro, a cerca de 10 euros o quilo, contra os sete euros o quilo que custa o bacalhau fresco da Noruega, mas de viveiro.

«Pretendemos que os consumidores portugueses tenham mais uma alternativa de comer bacalhau, neste caso fresco, além do bacalhau de viveiro, que já chega a Portugal», defendeu o responsável da Norge.

Através da Makro e de acções dirigidas, numa primeira fase, a Norge tem como objectivo chegar a cerca de 60 restaurantes, em todo o país, principalmente nas regiões de Lisboa, Porto e Algarve, explicou Oyvind Jensen.

Entre estes restaurantes estão algumas unidades da rede das Pousadas de Portugal.

Reflectindo a importância que a Noruega dá a este produto, o evento que marca o lançamento da campanha de divulgação será realizado na próxima semana na embaixada deste país, em Lisboa.

O skrey é pescado nas águas frias dos fiordes noruegueses, nas ilhas Lofoten, num período limitado, entre 01 de Janeiro e 30 de Abril, conforme acrescentou o responsável das Norge em Portugal.

É um bacalhau «premium, de alta qualidade, para consumir fresco, devido às suas características, por isso é mais caro» e tem uma certificação de origem.

Esta certificação, concretizada através de um selo «oficial» colocado em cada unidade da espécie, garante o cumprimento de um conjunto de regras, «muito exigentes» e dá informação como a data e local da captura, a forma de preparação do peixe, o modo como é embalado, sendo obrigatório que as embalagens contenham gelo.

Até Outubro, o total de bacalhau norueguês a chegar ao mercado português atingiu 30,2 mil toneladas, contra 31 mil no mesmo período de 2005, sendo a maior parte seco e salgado, segundo os últimos divulgados pela Norge.

O total de bacalhau norueguês vendido em Portugal naquele período corresponde a 171,7 milhões euros, quando no ano passado não ultrapassou 157,2 milhões euros.

O bacalhau pronto a consumir, ou seja na forma preferida pelos portugueses, seco e salgado, registou uma redução de 16,1 mil toneladas no ano passado para 14,8 mil toneladas até Outubro.

Em Novembro, Oyvind Jensen dizia que o mercado português do bacalhau seco/salgado está estável, e em 2006 o volume deveria baixar um pouco, mas o valor manter-se.
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