Bruxelas vai cortar previsões económicas outra vez

A Comissão Europeia deverá voltar a rever em baixa as suas previsões para a economia do Velho Continente, incorporando a deterioração sofrida nos últimos meses e apontando agora para números mais pessimistas.

Esta será uma actualização excepcional das previsões, lançadas em Novembro passado para o período 2009 e 2010 e para as grandes variáveis macroeconómicas, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), défices orçamentais, divida pública, inflação e desemprego.

Já em Novembro, a Comissão sublinhava a existência de «riscos de abrandamento da economia», que entretanto se materializaram, forçando Bruxelas a antecipar a revisão. Na altura, a Comissão Europeia esperava que o PIB da União Europeia (UE) crescesse 1,4% em 2008 e abrandasse para 0,2% em 2009, voltando a acelerar para 1,1% em 2010.

Antas de Bruxelas, vários países reviram as suas expectativas para estes tempos de crise, tendo inclusivamente apresentado planos de estímulo à economia. Entre eles está Portugal.

Na sexta-feira o Governo aprovou em Conselho de Ministros um orçamento suplementar e uma actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), onde prevê uma contracção económica de 0,8% este ano, uma taxa de desemprego de 8,5% e uma taxa de inflação de 1,2%. Na sequência da crise e das medidas de combate à mesma entretanto aprovadas, o défice deverá ficar nos 3,9%. A dívida pública também deverá aumentar para 69,7% do PIB.

No início da semana que vem, os ministros das Finanças dos Estados-membros vão reunir-se para fazer um ponto da situação dos respectivos planos anti-crise.