Aeroporto de Lisboa afectado por proposta de Bruxelas - TVI

Aeroporto de Lisboa afectado por proposta de Bruxelas

avião da tap

O aeroporto de Lisboa vai ter de abandonar os incentivos à abertura de novas rotas e à entrada de novas companhias aéreas, caso Bruxelas avance com uma proposta de novas regras que entrou esta semana em fase de consulta pública. O futuro regime deverá entrar em vigor até ao próximo Outono, de acordo com o calendário da Comissão Europeia.

Em causa está, segundo o jornal Público, um sistema de ajudas em vigor nos aeroportos nacionais, para o qual estão previstos cerca de 400 mil euros este ano, no que respeita a Lisboa. A Comissão Europeia quer banir os incentivos à abertura de novas rotas nos grandes aeroportos comunitários (mais de dez milhões de passageiros por ano), categoria que abrange a infra-estrutura lisboeta: pelo terminal da Portela, passaram mais de 10,7 milhões de utentes em 2004.

Isto mesmo foi admitido pelo director de "marketing" e planeamento aeroportuário da ANA, gestora aeroportuária portuguesa: "Temos de repensar o sistema de incentivos", se avançar a actual proposta de Bruxelas, afirmou Leonel Horta Ribeiro, citado pelo mesmo jornal.

A abertura de novas rotas tem sido a "pedra angular" deste sistema de ajudas, que se traduz no co-financiamento de acções de "marketing" das companhias aéreas. Em 2004, a abertura de ligações representou 85 por cento dos 150 mil euros de incentivos concedidos pela Portela, que abrangem também a passagem de voos de horas de "pico" para horários mais desafogados e o reforço da conectividade, com base em ligações já existentes. Contas feitas, o aeroporto concedeu cerca de 130 mil euros pela inauguração de linhas aéreas para outros destinos em 2004.

Este valor regista uma forte subida no orçamento para este ano: "Esperávamos o reforço na abertura de novas rotas", afirma Horta Ribeiro. A Easyjet, a segunda maior companhia de baixos custos europeia, é uma das transportadoras que estão a negociar a vinda para a capital, lembrou o mesmo responsável.

A Comissão Europeia pretende também restringir o financiamento público dos grandes aeroportos, o que não preocupa para já a concessionária. Segundo a empresa, as obras de expansão previstas para a Portela, a concluir até 2009, serão realizadas com base em receitas próprias ou com recurso à banca.
Continue a ler esta notícia