Fernando Pinto convidado para presidente da Associação das Companhias Aéreas

Um convite que terá tido em conta não só a carreira do CEO no sector da aviação como o facto da recuperação da transportadora nacional ser um «case study» em Harvard.

Sem querer adiantar muitos pormenores, a mesma fonte lembrou que «este convite não só dignifica o gestor, como também a TAP e o próprio país (Portugal)» e que terá então surgido devido ao facto de Fernando Pinto ser um dos actuais presidentes com mais anos de carreira na aviação (quando chegou à TAP, há quatro anos, já vinha da Varig), e pelo trabalho que tem realizado na companhia portuguesa.

Mas importante mesmo é o facto da escolha de Fernando Pinto ter um carácter de grande excepção dentro da AEA. O facto é que, até hoje, nunca terá sido indicado nenhum presidente que não fizesse já parte do Comité de Presidentes, o mais importante órgão da AEA, composto por nove líderes de grandes companhias, o actual presidente, o anterior, e mais sete presidentes. A aceitar e a ser eleito, Fernando Pinto sucede ao austríaco, presidente da Austrian Airlines, Vagn Soerensen.

Actualmente fazem parte do Comité de Presidentes, os CEOs da Air France, Alitalia, Austrian Airlines, British Airways, Croatia Airlines, Lufthansa, Ibéria, KLM e SAS.

Assim, a aceitar este convite, a coadjuvação de Fernando Pinto deverá realizar-se a 12 de Novembro, a data da próxima Assembleia-Geral Anual da AEA.

Recorde-se que este será um cargo que poderá desempenhar em paralelo com o de CEO da TAP, caso as negociações com o Governo cheguem a bom porto, para a renegociação do seu contrato que termina a 31 de Dezembro. O ministro da tutela, António Mexia, disse recentemente, em entrevista à RTP, que gostaria que a actual equipa de gestão se mantivesse à frente da transportadora, mas que para isso será também necessário o cumprimento de objectivos a que os brasileiros se propuseram.

A TAP obteve lucros de 7,7 milhões de euros no primeiro semestre de 2004, uma queda de cerca de 50% face ao período homólogo, já que os custos com combustível se agravaram -se em 36 milhões de euros, devido à escalada do preço do petróleo.

A AEA, criada em 1954 e com sede em Bruxelas, tem entre outros objectivos de cooperação e de análises e recomendações para o sector, o posicionamento como principal interlocutor das companhias aéreas no mundo.

Refira-se ainda que a AEA emprega 360 mil trabalhadores, com uma frota total de 2.400 aviões, transportando anualmente 300 milhões de passageiros.

Contactada, a TAP escusou-se a fazer qualquer comentário.