Bolasie: «Sporting? Não era seguro voltar para os restantes jogos» - TVI

Bolasie: «Sporting? Não era seguro voltar para os restantes jogos»

Santa Clara-Sporting

Extremo congolês escreve carta aberta no dia em que terminava o contrato de empréstimo do Everton aos leões. Diz que constantes mudanças de posição o prejudicaram e diz ter experienciado em Alvalade uma realidade nunca antes vivida: «Descartar uma época em janeiro.» Fala ainda de questões financeiras que mexeram com ele

Devolvido pelo Sporting ao Everton em meados de abril, Yannick Bolasie escolheu aquela que era originalmente o último dia de ligação ao leões para publicar uma carta aberta em jeito de balanço da época e da passagem pelo futebol português.

«Tivemos quatro treinadores em sete meses, o que, com filosofias/onzes diferentes, não é útil para qualquer equipa, mas sinto que eu e meus colegas enfrentaram o desafio e continuaram a lutar em todas as frentes», escreveu o extremo congolês, que se queixa de ter jogado em várias posições. «Como profissionais, temos de estar abertos a ajudar, em primeiro lugar, a equipa e eu sempre estive. Por isso desempenhei inúmeras funções, mas isso impediu-me de ser o jogador que sei que sou. Recebi o prémio de homem do jogo na minha estreia e depois mudei de posição em quase todos os jogos.»

Bolasie fala em lições de vida aprendidas em Lisboa e apresenta uma versão diferente da do Sporting para não ter regressado a Portugal. «Fiz 25 jogos em sete meses antes do surgimento da covid-19 e do cancelamento da Liga. Voltei a Inglaterra para manter a forma física... não era seguro voltar para os restantes oito ou nove jogos.»

Recorde-se que, tal como o Maisfutebol escreveu, o Sporting optou por devolver Bolasie e Jesé Rodríguez aos respetivos clubes com o argumento de já estar a preparar a próxima época.

Bolasie confirma ter verificado isso antes da paragem competitiva. «Chegámos aos 16 avos de final da Liga Europa e não conseguimos segurar a vantagem para seguir em frente, mas à data já sabia que as coisas seriam diferentes. Tínhamos acabado de vender o Bruno Fernandes e podem ver que já estava a construir a próxima época e a descartar esta desde janeiro... Estive em todas as ligas de Inglaterra e nunca passei por algo em que tivesse sentido que a época se sentisse ser um recomeço a meio de uma época, mas as coisas são o que são.»

O jogador congolês fala ainda as dificuldades de adaptação a uma nova cidade. «Altos e baixos» e questões financeiras não especificadas «nos bastidores» que tiveram impacto.

E conclui: «Quero que saibam no Sporting que dei 100 por cento por vocês em todos os jogos. Vesti a icónica camisola verde e branca com orgulho e fiz grandes amigos/irmãos para o resto da vida. Obrigado ao clube, aos meus colegas, mas acima de tudo aos adeptos.» Leia a carta em inglês.

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