«No início não gostava da alcunha de ‘El Comandante’» - TVI

«No início não gostava da alcunha de ‘El Comandante’»

Ex-jogador do FC Porto em exclusivo

Relacionados

Mente sã em corpo são, Lucho arranca nos próximos dias para a 23ª temporada como futebolista profissional, agora a vestir o manto do Athletico Paranaense. Altura para se sentar, abrir a alma ao Maisfutebol, verbalizar os próximos objetivos, falar das mensagens trocadas com o mentor Jesualdo Ferreira, ir ao início de tudo - o pai era chefe de cozinha num restaurante - e dizer que não gosta por aí além do apodo 'El Comandante'.

RELACIONADOS:

Parte I: «Tenho a ambição de vir a treinar o FC Porto»

Parte III: «Não queria que o Maradona visse a tatuagem que tenho dele»

Parte IV: «Hoje o Vítor Pereira teria maior reconhecimento»

Parte V: «Marquei em Zagreb sabendo que o meu pai acabara de morrer»


Maisfutebol – Vai arrancar a 23ª época como futebolista. Mantém a motivação dos primeiros dias?
Lucho González – A motivação é a base de tudo na vida. Quando perder a motivação, a alegria, deixo o futebol. Estou a iniciar uma nova época e essa motivação ainda está dentro de mim. O físico também está a responder, por isso continuo com objetivos fortes.

MF – Quais são os objetivos do Athletico Paranaense para 2020?
LG – Temos já em fevereiro a disputa da Supertaça do Brasil contra o Flamengo e o nosso clube nunca ganhou esse troféu. Depois temos a Libertadores, que é sempre um sonho para todos os clubes, e mais à frente teremos mais estímulos. Em 2019 ganhámos a Taça Sul Americana e a Taça do Brasil, o Athletico começa a perceber que consegue competir com os maiores clubes brasileiros e sul americanos.

MF – Já falou com o Jesualdo Ferreira, que o conhece tão bem?
LG – Já, já, já falei com ele. Mandei-lhe uma mensagem quando soube que ele vinha para o Santos. Ele ficou muito contente e disse-me que gostaria de estar comigo. Infelizmente a distância entre Curitiba e Santos é grande, mas manteremos contacto por telefone.

MF – O treinador português parece estar na moda no Brasil.
LG – No Brasil e no mundo inteiro. Há portugueses nas melhores ligas europeias. O Jorge Jesus fez um grande trabalho no Flamengo, conquistou a Libertadores depois de muito tempo e isso teve grande repercussão. Mas tenho a certeza que o professor Jesualdo, pelo que sabe de futebol, terá aqui um grande ano.

MF – Tem 25 troféus ganhos na sua carreira. Ainda lhe falta fazer alguma coisa como futebolista ou é um profissional realizado?
LG – Ainda não parei para pensar sobre isso. Quando nos habituamos a vencer, a motivação é continuar a ganhar jogos e troféus, é um vício. É isso que me mantém diariamente com vontade e entusiasmo.

MF – Quando aparece o futebol na vida do menino Luís?
LG – Tinha nove anos quando cheguei ao Huracán. Fiquei lá até aos 18 anos e estreei-me com essa idade na equipa principal. O meu pai e o meu irmão adoravam futebol, falávamos de futebol todos os dias. Tive uma infância agarrada a uma bola. A minha mãe cuidava da casa e o meu pai era chefe de cozinha num restaurante. Vivíamos num lugar muito calmo e andávamos tranquilamente na rua. Tenho um irmão e uma irmã mais novos.

MF – Como é que nasce a alcunha «El Comandante»?
LG – Apareceu em Portugal. Acho até que foi um jornalista a escrever isso uma vez. Depois um adepto fez uma tarja com isso e o nome viralizou-se e chegou à Argentina. Por acaso não gostava muito no início, mas ficou comigo tantos anos… continuam a chamar-me assim, mesmo aqui no Brasil.  

Continue a ler esta notícia

Relacionados