Nissan: «Suspensão é muito má para Aveiro e para o país» - TVI

Nissan: «Suspensão é muito má para Aveiro e para o país»

Autarca de Cacia espera que desistência seja «temporária»

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O presidente da Junta de Freguesia de Cacia, em Aveiro, Casimiro Calafate, mostrou-se desiludido com a suspensão da fábrica de baterias da Nissan , que começou a ser construída na freguesia em Fevereiro, mas espera que a decisão seja temporária.

O Governo também já reagiu à notícia: espera que a estratégia da Nissan volte a passar por Portugal.

Uma suspensão que foi encarada como uma prenda de Natal «triste» para os vizinhos.

«Se isso for para a frente é muito mau para Aveiro e para o país», disse o autarca eleito pela coligação PSD/CDS, citado pela Lusa, que afirmou ainda desconhecer a decisão da marca nipónica anunciada na última noite.

Casimiro Calafate, que associa esta decisão à conjuntura económica que se vive actualmente a nível nacional e internacional, diz que estamos perante «mais um flop de investimento em Portugal que não ajuda nada».

Sem esconder a sua desilusão face à suspensão deste investimento de 156 milhões de euros, tendo em conta «a expectativa que havia de criação de 200 postos de trabalho directos e mais uns quantos indirectos», o autarca disse, no entanto, esperar que a decisão seja temporária .

«A ser verdade, espero que seja uma suspensão temporária, mas um temporário muito curto, porque a expectativa era grande e espero que não fique defraudada», afirmou.

Casimiro Calafate espera também que, tanto quanto for possível, o Governo ou a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) «possa dar condições à firma para que avance com o processo».

A fábrica de baterias para carros eléctricos que iam abastecer os veículos da aliança Renault Nissan deveria começar a laborar no início do próximo ano, produzindo 50 mil unidades por ano.

O projecto, agora suspenso, tem sido apontado pela Câmara de Aveiro como um exemplo da capacidade do município para «atrair projectos industriais de grande envergadura tecnológica».

O presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia (PSD/CDS), chegou mesmo a referir-se à futura fábrica como «uma janela de esperança que se abre».

A decisão de suspender a fábrica de baterias portuguesa, foi anunciada ontem pelo porta-voz da Nissan, António Pereira-Joaquim.

A fábrica de baterias da Nissan foi um dos últimos investimentos estrangeiros anunciados pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates, que esteve presente na cerimónia de lançamento da primeira pedra, juntamente com o «chief operating officer» (COO) da Nissan, Toshiyuki Shiga.
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