Resolução do braço-de-ferro na Opel sem fim à vista - TVI

Resolução do braço-de-ferro na Opel sem fim à vista

Fábrica 03

A resolução do acordo laboral entre a Opel e os trabalhadores da fábrica da Azambuja não conheceu nenhum desenvolvimento e nem sequer há uma data de previsão sobre a conclusão das negociações.

Segundo o responsável das relações públicas da marca, Miguel Tomé, a situação «não conheceu nenhum desenvolvimento», e «não há sequer um prazo para que isso aconteça», ideia igualmente partilhada pela comissão de trabalhadores, que revelou ainda que para já «não há mais nenhuma greve em perspectiva», disse em declarações à Agência Financeira.

No entanto e de acordo com Miguel Tomé, o objectivo é que o conflito se resolva o mais «brevemente possível», porque está a ser transmitida uma ideia contrária aquela que se pretende transparecer para os responsáveis europeus.

O problema maior é que no final deste ano, inicio do próximo, vai-se decidir onde irá ser produzido o novo modelo da Opel Combo a partir de 2008, e Portugal ainda não o conseguiu garantir, algo que é considerado «vital» para a sobrevivência da fábrica no médio prazo.

Em 2004, a fábrica da Azambuja foi responsável pela produção de 66.392 veículos, repartidos entre o Opel Combo Tour e o Combo Cargo, dos quais 95% são exportados para um total de 54 países.

Em causa está o facto de um lado, os cerca de 1.200 trabalhadores da fábrica advogarem um aumento salarial de 75 euros por mês, enquanto a empresa pretende um aumento indexado à inflação, na ordem dos 2%. Além disso a marca germânica pretende ainda uma maior flexibilidade laboral, algo que Miguel Tomé refere como um dos principais pontos fracos da fábrica. A intenção é que os trabalhadores possam ter que trabalhar até dois Sábados por ano, em compensação por quatro dias por semana onde não se trabalhou.

Na segunda-feira está previsto que os trabalhadores voltem a reunir-se em plenário para analisar a situação e equacionar novas formas de luta. Ontem foi cumprido o primeiro dia de greve previsto pelos trabalhadores, uma paralisação que teve uma adesão de 97% e que provocou uma quebra na produção de cerca de 320 unidades.
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