«Tinha o vício de fumar e dava duas passas antes de entrar em campo» - TVI

«Tinha o vício de fumar e dava duas passas antes de entrar em campo»

Em conversa com Cubillas, António Oliveira explicou por que razão não queria ser capitão

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Em conversa com o ex-colega Teófilo Cubillas no programa «FC Porto em casa», António Oliveira recordou as épocas em que partilharam o balneário (1973/76).

O antigo futebolista contou que pediu aos dirigentes do FC Porto para tornarem o peruano capitão de equipa.

«Há um episódio curioso que ele provavelmente não sabe. Estávamos em Fátima e eu tinha conversado com alguns diretores do FC Porto... não valorizava, não gostava, nem sabia o significado de ser capitão. Não gostava de ser o primeiro a entrar, gostava de ser o último. Infelizmente, tinha o vício de fumar e dava sempre duas passas antes de entrar em campo. Se fosse à frente, não podia fumar. Deixei de ser capitão quando fui para Espanha, mas antes pedi para deixar de ser. Fizemos um sorteio no hotel, íamos jogar a Tomar e ele foi nomeado capitão. Fizemos uma votação de jogadores, uma coisa impensável. Votei nele, não gostava de ser capitão. Gostava muito dele, admirava-o. Adoro o Eusébio, pode haver melhores jogadores, que há, mas tinha fraco pelo Eusébio como tinha pelo Cubillas. Aprendi muito com eles», explicou.

Oliveira lembrou também que os jogadores do plantel azul e branco à época, venderam rifas para ajudar o clube a contratar Cubillas, algo impensável nos dias atuais.

«Nem sei se as rifas tinham um preço fixo ou se cada um dava. Cada um comprou as que pôde. Os jogadores todos participaram. É um documento histórico [quando vê a imagem da rifa]», referiu.

Questionado se era rebelde quando era jovem, o ex-internacional português acabou por desvendar alguns episódios que teve com os treinadores.

«Não era rebelde no mau sentido. Era um bocadinho... não sei como dizer. Tinha personalidade muito própria. Odiava desigualdades, ser maltratado. Havia treinadores que tentavam fazer isso e eu dizia: 'Desculpe, nem os meus pais falam assim comigo'. Respeitei quem me respeitava. Tive um treinador, que nem sei se foi campeão do mundo, que me queria meter a dois minutos do fim de um amigável. 'Desculpe, não percebi', disse-lhe eu. 'Entro para quê? Que é que vou fazer? Claro que não' E sentei-me no banco. O que entrou no meu lugar, nem tocou na bola», disse.


 

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