Casillas: «Tinha pegado o touro pelos cornos e enfrentado Mourinho» - TVI

Casillas: «Tinha pegado o touro pelos cornos e enfrentado Mourinho»

FC Porto-Lokomotiv Moscovo

Um eventual regresso à seleção espanhola, a relação com Mourinho e os «clásicos» com o Barcelona: os temas abordados pelo guarda-redes do FC Porto em conversa com Valdano

Relacionados

Iker Casillas chegou ao FC Porto no verão de 2015, colocando fim a uma ligação de quase vinte anos ao Real Madrid. Em conversa com Jorge Valdano, outra figura dos merengues, o guarda-redes dos dragões passou em revista os anos em Madrid desde o primeiro jogo até à despedida inglória. Pelo meio abordou ainda a relação com José Mourinho e sobre a seleção de Espanha.

O espanhol recordou a noite anterior à estreia pelo Real Madrid ante o Athletic Bilbao, em San Mamés.

«Dividi o quarto com Hierro. Ele deixou-me só no quarto em vez de apoiar um jovem de 18 anos. Poderia ter feito um jogo melhor, mas para um jovem de 18 anos estrear-se no San Mamés nunca é fácil», disse, no programa Universo Valdano.

Casillas viveu um período difícil na capital espanhola durante a liderança técnica de José Mourinho no clube. O técnico português chegou mesmo a relegá-lo para o banco de suplentes e a imprensa espanhola deu conta de alguns problemas entre ambos.

«A chegada de Mourinho foi para competir com o Barcelona. Existiram momentos de muita tensão. Veio ao de cima esse madridismo do qual não gosto e chegou a um limite com o qual não me identifico. No terceiro ano não correu tudo bem, apesar de termos conquistado o campeonato, e parece que isso motivou uma reação do Barcelona. A nível pessoal a relação ficou tocada devido à época anterior e no terceiro ano já havia muita gente a agitar a nossa relação. Isso não foi bom nem para ele, nem para mim, nem para o Real Madrid», assumiu, antes de sublinhar que voltaria a fazer tudo da mesma forma.

«Se pudesse voltar atrás no tempo, tinha pegado o touro pelos cornos e tinha enfrentado Mourinho. Na altura optei por ficar calado e pensei que essa seria a forma ideal de honrar os valores do Real Madrid. Hoje em dia é melhor deixar estar e deixar andar.»

Aquando da passagem do «Special One» por Espanha os clássicos entre Real Madrid e Barcelona ficaram célebres, em especial devido ao excesso de agressividade que os jogadores merengues colocavam em campo. O próprio futebolista dos azuis e brancos admitiu que foi uma «loucura».

«Foi uma loucura. Veio ao de cima, como disse, esse madridismo do qual nunca gostei. Parecia que havia uma guerra política entre Catalunha e Espanha. Sou madridista, quero que o Real Madrid ganhe sempre, mas não chego a esse extremo», defendeu.

Para além da história no Real Madrid, Casillas fez parte da seleção espanhola que dominou o futebol europeu e mundial entre 2008 e 2012. O jogador de 37 anos recordou esses anos dourados em que «La Roja» venceu dois campeonatos da Europa e um Mundial.

«O jogo contra em Itália em 2008 marcou a nossa caminhada. Chegámos ao Europeu com a ideia de passar a fase de grupos e de realizar um bom torneio. A convocatória tinha jogadores que tinham feito boas épocas, mas não sabíamos como iam render. Em 2010 quando deixámos Espanha já sabíamos que íamos ser campeões. Conseguimos que os rivais tivessem medo de nós. Em 2010 atingi o ponto culminante da minha carreira», lembrou, antes de assumir vontade de ainda representar o seu país.

«Tenho de ser honesto e honrado, acredito que o Ramos tem sempre de ser o capitão do Real Madrid, mas com 37 anos gostaria de voltar a jogar pela seleção.» 

Por último, em relação ao fim da carreira, Casillas foi enigmático: «Mudo de opinião a cada seis meses. O que sei é que desfruto muito de cada jogo, não sei quando vai ser o último.»

Lembre-se no excerto anteriormente divulgado Casillas já tinha considerado a mudança para o FC Porto como «um passo acertado» caso contrário teria vivido um «final pior» no Real Madrid.

Continue a ler esta notícia

Relacionados