Liga: a análise da 9.ª jornada - TVI

Liga: a análise da 9.ª jornada

Benfica-Moreirense

Benfica aos trambolhões

O trambolhão do Benfica em casa diante do Moreirense é obviamente a nota de destaque da nona jornada da Liga. Não só pela surpresa do resultado, mas também pelo facto da equipa de Rui Vitória voltar a perder pontos, pela segunda ronda consecutiva, para os restantes quatro primeiros classificados.

Se na jornada anterior a diferença dos líderes para o quinto classificado era de apenas de dois pontos, agora diferença dobrou para quatro, com Sporting e Rio Ave a ultrapassarem a equipa da Luz na nova hierarquia classificativa. FC Porto e Sp. Braga continuam, assim, de mãos dadas no topo da classificação, pelo menos, por mais uma semana, uma vez que para a próxima ronda está prevista uma cimeira de líderes no Dragão.

Foi mesmo esse grande trambolhão que abriu a ronda na passada sexta-feira. O Benfica estava a apenas um ponto do topo e ansioso por regressar às vitórias, depois de já ter perdido sucessivamente com o Ajax (0-1) e com o Belenenses (0-2).

Rui Vitória nunca tinha perdido mais de três jogos consecutivos e, além disso, voltava a jogar em casa e Jonas voltava a ser titular. A confiança era, por isso, grande e um golo do brasileiro, logo aos 2 minutos, com assistência do também bem-amado João Félix, reforçava essa convicção. Ainda as bancadas estavam em festa quando, três minutos depois, Chiquinho, formado no Benfica, provocou o primeiro momento de apreensão ao empatar o jogo.

O Benfica largou-se de amarras e foi com tudo à procura de nova vantagem, mas até ao intervalo consentiu mais dois golos, o segundo marcado por outro ex-benfiquista, Pedro Nuno, aos 15 minutos, e o terceiro por Loum, aos 35.

Ainda havia toda uma segunda parte para recuperar, mas a espiral era mesmo negativa e até ao final, além de muitos assobios, Jardel foi expulso por agressão. O jogo acabou com lenços brancos e pedidos de demissão. Há oito anos que o Benfica não consentia três derrotas consecutivas.

Otávio embala FC Porto

No dia seguinte, no sábado, era a vez do FC Porto entrar em campo, mais precisamente no Caldeirão dos Barreiros, para defrontar o Marítimo. O campeão tinha no horizonte a possibilidade de reforçar a liderança, mas demorou a encontrar o caminho para a baliza de Amir. Depois de uma primeira parte sem golos, a apreensão cresceu quando Marega desperdiçou uma grande penalidade aos 64 minutos.

Foi nessa altura que Sérgio Conceição decidiu prescindir de Maxi Pereira para lançar Otávio. Três minutos depois o brasileiro abria o marcador e, mais três minutos, fazia a assistência para Marega redimir-se do penalti falhado. O campeão estava, assim, sozinho no topo da classificação, mas o Sp. Braga ainda tinha uma palavra a dizer no domingo.

Sporting volta a vencer fora três meses depois

Antes do Sp. Braga, foi a vez do Sporting órfão de José Peseiro, sob o leme de Tiago Fernandes, jogar nos Açores, diante da equipa sensação desta Liga, o Santa Clara. O treinador interino procurou desde logo inovar, com a equipa a entrar em campo distribuída num 4x4x2, mas não correu bem. Primeiro, Battaglia lesionou-se com gravidade, logo a seguir o Santa Clara adiantou-se no marcador com um golo de Zé Manuel. Ao intervalo, os leões perdiam por 0-1.

Tiago Fernandes emendou a mão e recuperou o 4x2x3x1 do seu antecessor, prescindindo de Diaby para lançar Jovane. Os leões acabaram por virar o jogo. Bas Dost arrancou uma grande penalidade e converteu-a no empate. Logo a seguir Patrick foi expulso e Acuña marcou de cabeça (!) o golo da vitória.

Ao fim de três meses, o Sporting voltava a vencer fora. Mais importante, apesar da crise e da chicotada, os leões ultrapassaram o Benfica e, temporariamente o Sp. Braga, seguindo a apenas dois pontos do FC Porto.

Sp. Braga: mais dois golos de Dyego Sousa

Mas a vantagem do Sporting sobre o Sp. Braga durou apenas algumas horas. Os minhotos, que na ronda anterior, tinham perdido pontos diante do rival Vitória de Guimarães (1-1), recebiam o outro Vitória, o de Setúbal, com a obrigação de ganhar para voltarem ao topo.

Os sadinos ainda ofereceram réplica e anularam o primeiro golo de Dyego Sousa, com um golo de Éber Bessa, mas já não conseguiram anular o segundo do brasileiro, o sétimo na Liga, onze na temporada.

Bastaram, assim, 45 minutos, para a equipa de Abel voltar a colar-se ao FC Porto quando falta uma semana para a tal cimeira de líderes. Mais do que isso. O Sp. Braga continua a alongar o melhor arranque de sempre, somando já catorze jogos, em todas as competições, sem conhecer a derrota: 9 triunfos e 5 empates.

Rio Ave falha ataque ao pódio, Nacional afunda-se

A fazer um campeonato sensacional, o Rio Ave entrou em campo na receção ao Nacional com a possibilidade de chegar ao pódio, em caso de vitória.

E a verdade é que essa possibilidade pareceu muito provável até bem perto do final da partida. A cerca de 10 minutos do fim a equipa de José Gomes vencia por 3-1, mas dois golos nos últimos instantes, valeram o precioso empate ao Nacional, impedindo que os vilacondenses ultrapassassem o Sporting na classificação.

Por outro lado, se o ponto conquistado pela equipa de Costinha no Estádio dos Arcos podia parecer um resultado positivo, o jogo de encerramento da jornada trouxe más notícias do Marão.

É que coma vitória do Desp. Aves em Trás-os-Montes, a lanterna-vermelha fica na posse do Nacional, que soma apenas seis pontos até ao momento.

A equipa de José Mota conquistou a primeira vitória longe da Vila das Aves e apanhou o Desp. Chaves na classificação, passando a somar os mesmo sete pontos do adversário desta ronda.

Maus sinais para Daniel Ramos que, depois do empate com o Benfica, viu a sua equipa somar três derrotas consecutivas e afundar-se na tabela classificativa, terminando a 9.ª jornada abaixo da linha de água.

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