Défice deverá estar «muito acima» das previsões do Governo - TVI

Défice deverá estar «muito acima» das previsões do Governo

Ferreira Leite

«É capaz de estar nos 7 ou 8 por cento», disse Manuela Ferreira Leite

A líder do PSD Manuela Ferreira Leite afirmou esta quinta-feira que o défice do Estado deverá estar muito acima do objectivo do Governo para 2009, que é de 5,9 por cento. «Admito que é capaz de estar nos 7 ou 8 por cento», disse a líder do PSD em entrevista à «RTP».

Questionada se iria prometer metas de crescimento da economia portuguesa no programa eleitoral, Manuela Ferreira Leite disse que não iria fazer «compromissos» nesta matéria, assumindo, no entanto, incutir uma «nova política que trave a queda da economia».

Manuela Ferreira Leite classificou de farsa o resultado da auditoria do Banco de Portugal (BdP), feito há quatro anos a pedido do PS às contas públicas do governo do PSD, da qual fez parte e que apontou para um défice de 6,83 por cento.

Em termos de política fiscal, a Ferreira Leite disse estar disponível para «alterar alguns regimes que estão a criar injustiças relativas», dando como exemplo o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).

Sublinhando que «não há condições para aumentar impostos», a líder do PSD adiantou pretender criar medidas para que os impostos «que têm a ver com o custo da produtividade», como a «taxa social única» e os «impostos sobre as empresas [IRC], em alguns casos», baixem.

Ferreira Leite sublinhou que irá propor apenas medidas «susceptíveis de serem executadas», reiterando esperar que apoios ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas (PME) permitam gerar mais empregos, embora sem se comprometer com números.

A líder do PSD acusou o Executivo de José Sócrates de «favorecer empresas específicas» em detrimento de outras, com «ajudas descricionárias».

O pagamento das dívidas do Estado às empresas, a aposta no investimento público de proximidade, como reparações de escolas ou hospitais, e a reposição do sistema de certificados de aforro foram outras das medidas reiteradas pela líder da oposição, em contraponto aos investimentos nas grandes obras públicas como o TGV e a «nova auto-estrada Lisboa-Porto».
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