“El Niño” Fonte faz estremecer a Pedreira com golos de par em par - TVI

“El Niño” Fonte faz estremecer a Pedreira com golos de par em par

Sp. Braga-Arouca (Lusa)

José Fonte fala ao Maisfutebol sobre o irmão Rui, Figura da Jornada 24: «Se tivesse ficado no Benfica e sido opção faria o mesmo que está a fazer agora em Braga»

Rui Fonte faz golos de par em par e essa é cada vez mais uma tradição nesta Liga.

O ponta-de-lança do Sp. Braga fez o quarto bis na prova e foi decisivo no triunfo caseiro sobre o Arouca, por 3-1 (sábado) – importantíssimo para a equipa de Jorge Simão consolidar o quarto lugar depois de seis rondas sem vencer.

Apesar do festival de golos no Dragão, de Pizzi, que manteve o Benfica na liderança, ou de Marega a calar Alvalade, a Fonte assenta-lhe bem a distinção como Figura da Jornada 24 atribuída pela redação do Maisfutebol: ele é o melhor marcador do Sp. Braga na prova (8 golos) e o terceiro melhor português (atrás de André Silva, com 15, e Pizzi, com 9).

Na temporada em que se transferiu em definitivo para os bracarenses, depois de uma época na Pedreira emprestado pelo Benfica, Rui Fonte está a conseguir os melhores números da sua carreira, com 12 golos em 29 jogos.

Rui Fonte em ação frente ao Arouca, num jogo em que bisou pela quarta vez na Liga

Surpresa? Não para o irmão José Fonte, que desde Inglaterra explica ao Maisfutebol os motivos do bom momento do mano mais novo:

«Ele está num bom momento: não tem tido qualquer lesão, está bem fisicamente e o facto de ser primeira opção e jogar regularmente trazem muita confiança. Tenho plena convicção de que se tivesse ficado no Benfica e sido opção também faria o mesmo que está a fazer agora em Braga. É um jogador de muita qualidade, com confiança e maturidade e que, além do talento, é um profissional exemplar, trabalha no duro e merece o bom momento que está a passar.»

O defesa-central do West Ham fala com a autoridade de quem acompanha ao máximo os jogos do irmão, com quem conversa diariamente.

«Seleção? Foco no clube»

«Sendo seis anos e meio mais velho, é também conselheiro do irmão Rui?», perguntamos. Quanto baste, responde José Fonte.

«Vejo todos os jogos dele e como falamos todos os dias não consigo ficar calado quando vejo alguma coisa que não gosto. Mesmo que ele não peça, dou sempre a minha opinião. Ele muitas vezes liga e não me pergunta nada, mas sei que quer ouvir o que penso. Confesso que ultimamente não tem sido necessário dar muitos conselhos. Ele agora é um jogador muito maduro, muito completo, que acredita nas suas capacidades, com muita confiança… Completamente diferente daquele miúdo com alguma incerteza de há uns tempos atrás», recorda o internacional português, que naturalmente espera mais dia menos dia encontrar o irmão na seleção principal.

Rui Fonte na seleção, ao serviço dos sub-21

Rui foi internacional por todos os escalões e esteve bem perto de estrear-se pela Seleção A quando em outubro de 2015 foi convocado para o jogo com a Sérvia. Acabou por não jogar dessa vez, mas as boas prestações em Braga poderão abrir-lhe de novo as portas da seleção. «Tem de continuar focado no trabalho no seu clube, fazer golos e grandes exibições como tem feito, e depois o mister (Fernando Santos) decidirá.»

«Levava nas orelhas dia sim, dia sim»

Antes de brilhar agora nos arsenalistas do Minho, Rui Fonte deu nas vistas bem cedo e até representou o Arsenal nos escalões jovens. Passou da formação do Sporting para a equipa B do Benfica, teve outras aventuras no estrangeiro (Crystal Palace e Espanyol) e já como sénior representou o Belenenses antes de chegar a Braga na época passada. 

José Fonte vai ao baú das memórias e recua até à infância para recordar o prodígio que era o benjamim da família – filho mais novo de Artur Fonte, que jogou no Penafiel e no Belenenses na década de 1980.

José Fonte falou ao Maisfutebol sobre o irmão Rui

«O Rui sempre foi um fora de série; desde os 5 ou 6 anos ganhava os troféus todos de melhor jogador e melhor marcador nos torneios. Tudo começou naquelas tardes no bairro, na praia… Jogava comigo e com os mais velhos e levava naquelas orelhas dia sim, dia sim… (risos) Como víamos o talento natural que ele tinha, exigíamos muito dele. Agora está a revelar ao mais alto nível tudo o que vi. Podem acreditar que ainda é só o começo. Ele teve muito azar nas lesões que teve até ao ano passado, mas com a força interior e capacidade de trabalho que ele tem conseguiu ultrapassar tudo. O trabalho que ninguém vê e ninguém sabe, dá frutos. E ele está agora a colhê-los», confessa o irmão não sem deixar escapar uma ponta de orgulho.

El Niño está mais ativo do que nunca e agora faz estremecer a Pedreira. Sim, El Niño Fonte… Por ser um fenómeno natural, mas também inspirado no nome de guerra de Fernando Torres. Essa é a alcunha de Rui, revela o irmão José: «Desde pequeno que ele foi sempre El Niño, não só porque é uma força da natureza, como pelo facto de no passado o Torres, um jogador que ele admirava, ter aparecido muito jovem a grande nível. Ambos temos essa tatuagem no corpo. É algo que nos une.»

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