Messi à solta, o maior de muitos luxos - TVI

Messi à solta, o maior de muitos luxos

Real Madrid-Barcelona (Reuters)

Um de cada vez, e se a semana de Liga dos Campeões foi de Cristiano Ronaldo, El Clasico foi de Leo. Levou o Barcelona à vitória no Bernabéu e relançou a Liga espanhola. O fim de semana de futebol internacional deixou o melhor para o fim, mas teve muito mais. Incluindo um campeão, mais que anunciado.

Agora Messi. Um de cada vez, e se a semana de Liga dos Campeões foi de Cristiano Ronaldo, El Clasico foi de Leo. Levou o Barcelona à vitória no Bernabéu e relançou a Liga espanhola. O fim de semana de futebol internacional deixou o melhor para o fim, mas teve muito mais. Incluindo um campeão, mais que anunciado.

Espanha

Era jornada de clássico e ele domina tudo. Teve muito futebol e momentos bem diferentes. Entrou forte o Real, muita personalidade e muita intenção, transformada em vantagem num golo do improvável Casemiro pouco antes da meia hora. Mas cinco minutos mais tarde apareceu Messi a empatar e a resgatar o Barça a um início de jogo periclitante.

Mudou, equilibrou e começou a pender para o Barcelona na segunda parte. Ideia reforçada com o golo de Rakitic aos 73m e, pouco depois, com a expulsão de Sérgio Ramos. Mas, num jogo à altura do momento, o Real reagiu e empatou, golo de James.

Parecia salvo o mal menor para os «merengues». Mas não acaba até Messi dizer que acabou, e só acabou com o segundo golo dele, no último suspiro do jogo. Uma noite para a lenda do 10 argentino, no dia em que chegou de caminho aos 500 golos pelo Barça.

Perder com um golo nos descontos nunca tinha acontecido ao Real Madrid em casa para a Liga, diz quem recolhe dados destas coisas.

E assim voltamos a vê-los iguais na frente, embora o Real tenha menos um jogo, quando faltam cinco jornadas para o final do campeonato.

Daí para baixo não houve surpresas, o Atlético venceu o outro Barcelona-Madrid da ronda, 1-0 na visita ao Espanhol, e o Sevilha também voltou às vitórias, frente ao Granada.

Inglaterra

Duas meias-finais de Taça de luxo e meia jornada, foi muito bom futebol no fim de semana inglês. O Chelsea apurou-se para a final frente ao Tottenham, num grande grande jogo em Wembley (4-2) que serviu também como medir de forças entre o primeiro e o segundo da Premiership antes da ponta final do campeonato. No domingo, o Arsenal levou a melhor no prolongamento sobre o Manchester City (2-1).

Festeja Wenger, que se mantém na rota para um troféu na época em que tem sido mais contestado que nunca, e fica de fora Pep Guardiola. Só falta que matematicamente já não haja possibilidades de o City ser campeão (são 11 pontos a menos que o Chelsea com seis jogos por disputar), para se confirmar a primeira temporada do catalão sem ganhar qualquer troféu desde que começou a carreira. Incluindo ao comando do Barcelona B, onde começou em 2007. Seguiram-se quatro temporadas no Barcelona em que venceu tudo o que havia para vencer, mais três no Bayern Munique onde foi tricampeão alemão, ganhou mais duas Taças e uma Intercontinental.

Na Premier League, enquanto os rivais disputavam as decisões da Taça o Liverpool viu-se em mais um embaraço, derrotado em casa pelo Crystal Palace. Os «reds», o único dos grandes com o calendário em dia, ainda são terceiros, mas agora com dois pontos apenas sobre o Manchester City e três sobre o United, ambos com menos duas partidas.

E no meio disto o United e José Mourinho já podem reforçar a candidatura a um lugar de Champions, depois da vitória em casa do Burnley. Sem Ibrahimovic e Rojo, lesionados, e depois de uma eliminatória exigente de Liga Europa, Mourinho fez uma série de alterações no onze. Decisivo Martial, que marcou o primeiro e esteve na jogada do segundo, apontado por Rooney. Um regresso aos golos para o veterano inglês, que não marcava desde janeiro.

França

Adivinhava-se um jogo de alto risco para o Mónaco. E a deslocação a Lyon confirmou: a exigência mas também a incrível capacidade desta equipa. Que veio de um apuramento notável para as meias-finais da Champions, aguentou a pressão e venceu.

O PSG tinha começado a jornada a vencer na visita ao Metz, passando temporariamente para a frente. Em Lyon, Falcao adiantou o Mónaco aos 36 minutos, antes de Bernardo Silva fazer magia, com uma bola ao poste. E estar logo de seguida na origem do 2-1, marcado por Mbappé. Sim, ele outra vez, o adolescente mais incrível do futebol europeu. São 17 golos nos últimos 17 jogos. O Lyon ainda reduziu, mas o Mónaco aguentou a pressão. 

Basta vê-los jogar, mas os números também dão conta da incrível época do Mónaco. Esta foi a sétima vitória seguida da equipa de Leonardo Jardim no campeonato, há 20 anos que o Mónaco não fazia igual.

De França, de resto, chegaram mais sinais de violência, numa ronda em que o Nantes de Sérgio Conceição venceu e subiu ao oitavo lugar e o Bastia de Rui Almeida perdeu em Bordéus e se afundou mais no fim da tabela. Agora foi uma invasão de adeptos no St-Etiènne-Rennes, que já era à porta fechada.

Itália

Em Itália o jogo da jornada foi o Fiorentina-Inter. Louco, um 5-4 que começou com a equipa da casa a marcar primeiro e o Inter a responder com dois golos. A Fioretina reagiu com quatro golos em 17 minutos na segunda parte e o Inter, com João Mário no onze, ainda apontou mais dois, que não evitaram a derrota, mas permitiram a Icardi a assinar um «hat-trick». Ufa.

O resultado prático foi um novo panorama na luta pelos lugares de Liga Europa. A Fiorentina está a um ponto dos «nerazzuri», e a dois do Milan, a última equipa em zona de acesso à Liga Europa, que sofreu uma derrota-choque em casa com o Empoli. De repente, a Europa volta a estar no horizonte «viola».

Não foi a única chuva de golos da ronda, a Lazio também segurou o quarto lugar com uma goleada por 6-2 ao Palermo.

Na frente nada de novo, a Juventus resolveu o jogo com o Génova em menos de dois minutos, primeiro num autogolo de Munoz aos 17 e depois num golo de Dybala a finalizar uma série de tabelas na área. 4-0 e para já 11 pontos de vantagem na frente para a «Vecchia Signora», sendo que a Roma ainda joga segunda-feira.

Alemanha

A vantagem é tranquila e o Leipzig nem aproveitou, mas esta reta final de época está a ser dura para o Bayern Munique. São dois empates seguidos para a Bundesliga e pelo meio a eliminatória de Champions com o Real Madrid, o que dá quatro jogos seguidos sem ganhar e de caminho a eliminação europeia.

Desta vez o empate caseiro com o Mainz (2-2) podia ter reduzido a vantagem na frente, mas como neste domingo o Leipzig também só somou um ponto, o Bayern manteve os oito pontos à melhor, a quatro jornadas do fim.

A nota mais relevante da jornada acabou por ser a subida do Borussia Dortmund ao pódio, depois do empate do Hoffenheim e de uma vitória elétrica na visita ao Borussia Mgladbach (3-2). Na ressaca da eliminação na Champions frente ao Mónaco, o Dortmund marcou primeiro, o Gladbach ainda passou para a frente, Aubameyang começou no banco e saiu a tempo de iniciar a reviravolta, apontando o 2-2. Depois brilhou Raphael Guerreiro, um golo aos 87m a garantir a vitória, depois de mais uma grande exibição. Já são seis golos do internacional português esta época na Bundesliga.

Lá no fundo, o Darmstadt continua a lutar semana a semana contra a descida. Agora ganhou ao Hamburgo, outro aflito, e ainda não está matematicamente despromovido.

Um heptacampeão mais tardio

Da Grécia a confirmação do campeão chega tarde esta época. Sem novidade. O Olympiakos selou mesmo o sétimo título consecutivo, que chegou na penúltima jornada para a equipa dos portugueses André Martins e Diogo Figueiras.

Foi um título mais difícil do que os mais recentes, numa época que ficou marcada pelo afastamento de Paulo Bento do comando técnico da equipa, já em março. O treinador português liderava com sete pontos de avanço, nessa altura. Nesta altura são seis os pontos de vantagem do Olympiakos sobre o segundo, o PAOK.

É um domínio como já não se usa. O Panathinaikos foi 19 vezes campeão nas últimas 21 edições da Liga grega, este é o seu 44º título.

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