O estranho caso dos penáltis falhados e outras histórias - TVI

O estranho caso dos penáltis falhados e outras histórias

Manchester City-Everton (Reuters)

Fim de semana de futebol internacional marcado por um fenómeno fora do normal

Cinco penáltis falhados numa jornada de Bundesliga, nunca tal tinha acontecido. Mais três no fim de semana de Premier League, sendo que o Manchester City teve dois penáltis (!) não convertidos no mesmo jogo.

E não ficou por aqui uma ronda anormal nas grandes Ligas da Europa: em Itália também houve duas grandes penalidades desperdiçadas, uma delas por Icardi na derrota do Inter. E em França foi Mario Balotelli a juntar o seu nome à lista. Em Portugal, onde não houve campeonato, a ronda de Taça de Portugal também teve, só neste domingo, penáltis falhados não só pelo Real, um dos protagonistas da eliminatória e que acabou por eliminar o Arouca, mas também pela Académica, que afastou o Belenenses, Foram finais felizes neste caso para ambos os clubes.

City, dois vilões e um herói

Começando por Inglaterra, custaram bem caro ao City os dois penáltis não convertidos. Mas aqui a história tem um herói: Maarten Stekelenburg defendeu primeiro o remate de De Bruyne, aos 43 minutos, e depois fez o mesmo a Aguero, aos 70 minutos. Nolito saiu do banco para marcar a única bola que entrou do lado do City, mas o resultado foi 1-1 e a equipa de Pep Guardiola deixou-se apanhar pelo Arsenal na liderança da Premiership.

O Manchester City já falhou três dos sete penáltis de que beneficiou esta época, uma percentagem anormal.

Mas Guardiola não estava com grande disposição para debater o assunto no fim do empate com o Everton. «Não tenho tempo para treinar tudo o que quero treinar», disse, lembrando que veio de uma paragem de seleções em que não contou com a maior parte dos jogadores do plantel.

Além dos dois penáltis do City, também Benteke desperdiçou da marca dos 11 metros na derrota do Crystal Palace com o Everton. Tendo em que conta que nesta altura, quando falta jogar na segunda-feira o Liverpool-Manchester United, houve seis penáltis assinalados na ronda de Premier League, metade foram falhados.

Um ratio medíocre, bem abaixo da média da Premier League, que até estava em tendência ascendente esta temporada.

De Aubameyang a Forsberg, falhanço e redenção

E que dizer da Bundesliga?

Pois bem, a saga começou logo na sexta-feira, no Borussia Dortmund-Hertha Berlim. Aubameyang desperdiçou um penálti aos 77 minutos, mas foi a tempo de se redimir três minutos mais tarde e marcar o golo que evitou a derrota do Dortmund, que visita o Sporting nesta terça-feira, para a terceira jornada da Liga dos Campeões.

E depois seguiu com mais dois penáltis falhados no mesmo jogo, por Hahn e Stindl, do Borussia Moenchengladbach, no nulo com o Hamburgo. E seguiu neste domingo com mais um desperdiçado pelo Darmstadt na derrota frente ao Mainz, antes de Emil Forsberg fazer de Aubameyang na vitória do RB Leipzig em casa do Wolfsburgo. O avançado sueco rematou muito para fora da marca de penálti aos 18 minutos, mas a vinte do final redimiu-se com um grande remate que atirou o Leipzig para o pódio da Bundesliga.

Portanto, feitas as contas foram cinco os penáltis desperdiçados na ronda 7 da Bundesliga, tal como em Inglaterra metade daqueles que foram assinalados nesta ronda. Absolutamente inédito.

O recém-promovido Leipzig tem 15 pontos ao fim de sete jornadas, tantos quanto o Colónia e menos dois que o líder Bayern Munique. O qual, aliás, também voltou a vacilar nesta ronda, ao empatar na visita ao Eintracht Frankfurt (2-2). Num jogo em que Renato Sanches se viu envolvido numa situação de tensão, quando o húngaro Huszti reagiu mal a uma finta do português.

O que fica da ronda da Bundesliga é de resto a excelente posição do Leipzig, o clube que está desde sempre envolto em polémica. Criado há sete anos, propriedade da empresa de refrigerantes Red Bull, que comprou a licença a um clube do quinto escalão, o Leipzig tem tido uma ascensão fulgurante na escada do futebol alemão, se bem que esteja longe do coração da maioria dos adeptos.

Icardi, um capitão em guerra com os adeptos (e um penálti falhado)

Seguindo para Itália, a história dos penáltis que não deram golo continua. No sábado foi Caprari a desperdiçar um penálti no empate do Pescara com a Sampdoria (1-1), este domingo foi a vez de Mauro Icardi, num jogo de enorme pressão para o argentino.

Alvo de enorme contestação nas bancadas, depois de ter relatado na sua autobiografia um encontro com os ultras que estes negam, Icardi cavou um penálti num lance com Bruno Alves aos 26 minutos do Inter-Cagliari, mas quando foi batê-lo rematou ao lado. E houve aplausos nas bancadas.

Os adeptos pedem que Icardi peça a braçadeira de capitão e o Inter já assumiu que há um problema e irá falar com o jogador.

Icardi não marcou mas marcou João Mário, o primeiro golo do médio português com a camisola do Inter. Não foi suficiente no entanto para evitar a derrota do Inter, que se atrasa mais na luta pelos lugares da frente, num campeonato onde a Juventus já segue lançada, agora seguida, a cinco pontos, por Roma e Milan.

Golos, Messi, golos, Carrasco, golos, Cristiano Ronaldo

Espanha é a exceção à razia dos penáltis desperdiçados. Houve, isso sim, muitos golos dos grandes candidatos. A mostrar o caminho o Barcelona, que teve Messi de regresso após mais de três semanas de lesão. E não perdeu tempo o 10. Saiu do banco aos 53 minutos e três minutos mais tarde marcava o 4-0 final.

Logo a seguir o At. Madrid sofreu um golo frente ao Granada e respondeu com sete: um «hat-trick» de Ferreira Carrasco, um bis de Gaitán e ainda um golo do português Tiago.

A fechar a noite de sábado o Real Madrid despachou o Bétis com uma vitória por 6-1, fechada também com um golo de Cristiano Ronaldo. O Sevilha também venceu, na visita ao Leganés, pelo que o equilíbrio de forças na frente continua igual: Atlético e Real com 18 pontos, Sevilha com 17, Barcelona e Villarreal com 16.

Balotelli? Não, Lopes; Anthony Lopes

Em França, coube a Mario Balotelli preencher a quota do penálti não concretizado da ronda. Mas aqui o mérito vai para um português: Anthony Lopes defendeu o remate do avançado italiano.

Não teve consequências de maior para o Nice do português Ricardo Pereira, que soma e segue: venceu o Lyon por 2-0 e continua na frente, agora a quatro pontos de distância dos perseguidores, o PSG e o Mónaco de Leonardo Jardim, derrotado na visita ao Toulouse.

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