Platini: «Os dirigentes são guardiões do templo» - TVI

Platini: «Os dirigentes são guardiões do templo»

Platini (foto FPF)

Presidente da UEFA interveio no «Football Talks»

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Se depender de Michel Platini, o branco será a cor do futebol do futuro. O branco como cor de um cartão que o presidente da UEFA gostaria de ver introduzido para resolver um dos problemas do jogo, o mau comportamento dos futebolistas em campo.
 
Sem surpresa, Michel Platini defendeu durante o «Football Talks», organizado pela FPF, que o futebol «não precisa de ser revolucionado». Afinal, disse, «é o maior desporto do mundo». O líder da UEFA vê os dirigentes de clubes e federações como «os guardiões do templo», aqueles que trabalham para garantir que este desporto continuará a ser, antes de tudo o resto, «um jogo».
 
Um jogo com desafios e problemas, sim, mas um jogo. Platini chamou a atenção para alguns dos principais desafios que o futebol enfrenta. Os jogos combinados, por exemplo, algo que o incomoda particularmente porque mexe com jogadores, não se passa nas bancadas. Salientou também a necessidade de ter clubes saudáveis do ponto de vista financeiro. A urgência de desenvolver o lado social do jogo, o futebol como plataforma de integração de jovens, desfavorecidos, emigrantes. O futebol como «elevador social» por excelência.
 
Tudo isso é importante, muito importante até, defendeu o presidente da UEFA. Mas percebe-se que Platini está particularmente empenhado em diminuir a conflitualidade existente entre jogadores no relvado, e sobretudo entre futebolistas e árbitros. «O que se passa ali influencia quem está nas bancadas ou em casa», recordou. Daí o cartão branco. Patrick Vieira estava na primeira fila. Platini olhou para o antigo internacional francês e utilizou-o como exemplo. «O cartão branco é uma forma de o árbitro dizer ao senhor Vieira que precisa de ir descansar um pouco, acalmar as ideias, e dez minutos depois regressar». No fundo, como disse, é algo que já existe em outros desportos.
 
A sugestão de Platini só poderá um dia ser utilizada se o International Board, organismo que regulamenta as leis do jogo, o aprovar. Até lá, percebeu-se, o presidente da UEFA bater-se-á pela mudança.
 
Numa intervenção em que recordou o passado como jogador de elite («No futebol acho que só não fui médico e árbitro…»), Platini deixou claro que acompanha a FIFA na proibição da partilha dos passes de jogadores. Os clubes estavam «falidos» e algumas pessoas «ricas», o que no entender do francês «não faz sentido». Platini foi claro: «Em 1972 fiz greve porque nessa altura os clubes detinham os passes dos jogadores para toda a vida, nesta altura eles são propriedade de pessoas que nem conhecem e isso não pode continuar». Ou seja, «o jogador não pode ser um escravo».
  A intervenção de Platini alternou momentos leves (por exemplo quando explicou que tinha deixado de jogar futebol porque no seu tempo os guarda-redes podiam agarrar as bolas passadas pelos defesas) com ideias fortes. Uma delas diz respeito ao fair-play financeiro. Platini admite que algumas regras poderão ser afinadas, mas «o princípio manter-se-á». Afinal, o futebol perdia 1,7 mil milhões de euros e agora perde 800 milhões. No futuro, se depender de Platini, o equilíbrio terá de ser atingido. Afinal, o objetivo é manter o futebol como um jogo, não como um projeto comercial. E isso só se conseguirá se os clubes conseguirem manter o equilíbrio financeiro. De outra forma o futebol não terá futuro.
 
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