O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, criticou este sábado a iniciativa do presidente eleito francês em querer alterar os estatutos do Banco Central Europeu (BCE) e envolver diretamente a instituição em políticas de crescimento e criação de emprego.
«Uma mudança nos estatutos seria perigosa. Os postos de trabalho e o crescimento económico resultam da atividade empresarial e o BCE faz o seu melhor para que haja estabilidade dos preços», disse o responsável ao diário alemão «Sueddeutsche Zeitung».
Tal como o governo da chanceler alemã, Angela Merkel, Weidmann rejeitou a possibilidade de modificar ou renegociar o pacto orçamental subscrito por 27 dos 25 países da União Europeia (UE), tendo advertido: «É um bom costume a Europa respeitar os acordos firmados», disse citado pela Lusa.
As críticas do presidente do banco central alemão, o Bundesbank, surgiram a poucos dias da primeira reunião entre François Hollande e Angela Merkel, na terça-feira, a primeira depois de o socialista ter ganho as eleições presidenciais francesas.
Hollande tinha dito durante a campanha eleitoral que, apesar de «conhecer as reservas alemãs», defendia a alteração dos estatutos do BCE.
Nesse sentido, esperava que as funções do banco emissor europeu não se deviam limitar à estabilização dos preços e ao combate à inflação, mas também permitir criação de emprego e fomentar o crescimento económico.
Além disso, Hollande ameaçou que a França devia rejeitar a ratificação do pacto orçamental, caso este não fosse complementado com medidas para dinamizar o crescimento.
BCE: Hollande quer alterar estatutos, Bundesbank está contra
- Redação
- CPS
- 12 mai 2012, 11:36
Jens Weidmann diz que mudança «seria perigosa»
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