O que muda com a ​OPA do CaixaBank ao BPI? - TVI

O que muda com a ​OPA do CaixaBank ao BPI?

Compra do Novo Banco e exposição a Angola são dois dossiers chave, explica Paulo Almoster, editor de Economia da TVI

Relacionados
 
A Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI pode mudar o panorama do setor financeiro nacional. Paulo Almoster, editor de Economia da TVI, explicou no Jornal das 8, o que esperar deste processo.
 
«O BPI já é há muito tempo um banco controlado por capital estrangeiro. Se a OPA for bem-sucedida, será ainda mais», explicou. Atualmente, o CaixaBank, que pertence ao grupo espanhol La Caixa, já controla mais de 44% do capital do BPI. A empresária angolana Isabel dos Santos é a segunda maior acionista com quase 19%, a seguradora alemã Allianz tem quase 8,5% e o maior acionista português é o Grupo Violas com apenas 1,95%.
 
Paulo Almoster sublinha que a OPA «não é hostil», até porque «é lançada pelo maior acionista do banco, que dá confiança à equipa de gestão» de Fernando Ulrich. Por isso, existe uma grande possibilidade de a oferta ser bem-sucedida.
 
E se o for, o que acontece, por exemplo, no processo do Novo Banco? Nada. O BPI é candidato à compra e a administração do banco já fez saber que o BPI mantém candidatura, e que nada muda com a OPA. O que faz sentido porque «a compra do Novo Banco é a melhor opção do BPI para crescer em Portugal», explica Paulo Almoster.
 
Também a gestão do CaixaBank disse aos analistas que as duas operações são independentes, até porque há outros interessados no Novo Banco.
 
Mas se o CaixaBank adquirir a maioria do capital do BPI e se o BPI vencer a compra do Novo Banco, haverá consequências. «O CaixaBank tem espaço para cortar custos no BPI e no Novo Banco, e isso significa fechar balcões e despedir pessoas», esclareceu o editor de Economia da TVI.
 
«Angola também é uma peça essencial no desenho da operação. Isabel dos Santos é a chave: controla 49,9% do Banco Fomento de Angola (BFA), onde o BPI detém o resto do capital, e é também a segunda maior acionista do BPI. Sem o aval de Isabel dos Santos, isto dificilmente avançará», considera. Por isso, admite que «pode haver aqui um acordo que beneficie as duas partes».

Em relação a Angola, as regras europeias vão obrigar BPI a mudar este ano a relação com o BFA, por causa da exposição à dívida angolana. O BPI teria, ou de aumentar capital, para diluir esse risco, ou de reduzir a exposição a Angola. Mas «o BFA tem sido principal fonte de rentabilidade do BPI nos últimos anos», lembra Paulo Almoster.
 
Por isso mesmo, a compra pelo CaixaBank ajudaria a diluir o risco dessa exposição numa estrutura muito maior. 

As ações do BPI fecharam a sessão de hoje com a maior valorização de sempre: dispararam 27% para 1,325 euros.
Continue a ler esta notícia

Relacionados