Portugal é o terceiro país da Europa com combustíveis mais caros

Os dados são da Autoridade da Concorrência e demonstram ainda que, se contarmos com os impostos, o aumento da gasolina 95 foi de 10% e o do gasóleo de 25%. Assim sendo, e segundo explica a mesma entidade num estudo ao mercado dos combustíveis, grande parte do aumento dos preços terá decorrido do aumento do custo da própria matéria-prima, o petróleo.

É que no final do ano passado, as cotações do petróleo transaccionado em Londres no IPE Brent estavam 21% acima do nível registado no início de 2004. Para a gasolina, a subida das cotações internacionais era de 9,6% e para o gasóleo era de 43,5%.

A diferença é que, apesar das cotações internacionais, o agravamento dos preços dos combustíveis em Portugal foi 2% mais acentuado do que noutros países da Europa, de tal modo que, no final de 2004 Portugal era já o terceiro país da União Europeia com gasolina e gasóleo mais caros.

Petrolíferas demoram muito a reflectir custo do petróleo nos preços

Outra das conclusões do estudo da Autoridade da Concorrência é que as petrolíferas demoram cerca de duas a três semanas a ajustar os preços dos combustíveis às variações das cotações internacionais, um prazo que é maior do que na média europeia, onde se demora cerca de uma semana.

Segundo a Autoridade da Concorrência, a liberalização do mercado no início do ano passado levou a uma maior diferenciação de preços entre os vários postos de abastecimento e as diferentes regiões do país. Ainda que não seja linear que esta diferenciação se traduz numa maior concorrência, a Autoridade da Concorrência considera que «pelo menos pode-se afirmar que permite maior diversidade de escolha aos consumidores».

Mais uma vez, a mesma entidade sublinha que os postos instalados junto dos hipermercados são os que praticam preços mais baixos, sendo que a diferença face aos outros postos atingiu no final de Dezembro os 3,7 cêntimos por litro na gasolina 95 e os 6,4 cêntimos no gasóleo.