Marítimo-Nacional, 2-3 (crónica) - TVI

Marítimo-Nacional, 2-3 (crónica)

Vitória do crer e da eficácia O Marítimo atacou mais e durante mais tempo. Mas o Nacional foi sempre mais eficaz. E a quatro minutos do fim aproveitou um erro imperdoável.

Onze anos depois, o caldeirão recebeu o tão esperado derby, entre o Marítimo e o Nacional. Casa cheia, muita emoção e competitividade, cinco golos, e um triunfo nacionalista, baseado no crer e na eficácia. Os verde-rubros só se podem queixar de si próprios, pois empataram a sete minutos do final, mas num erro infantil permitiram o terceiro golo quatro minutos depois.

O Estádio dos Barreiros registou a maior enchente da temporada, com uma lotação esgotada. As entradas para o antigo peão foram à borla e esse sector foi o primeiro a encher. Um caldeirão ao rubro, mesmo numa tarde pouco convidativa, pois estava muito fria e bem cinzenta.

José Peseiro surpreendeu apostando no brasileiro André Pinto para formar a dupla atacante com Adriano e abdicou de um trinco, entregando essa função apenas a Paulo Assunção. No lado oposto, Nelo Vingada, manteve o seu já tradicional 4x4x2, com Dinda a acompanhar Bruno nas funções mais defensivas a meio campo.

E foi assim que na primeira jogada ataque nacionalista, após um canto curto, Carlos Alvarez cruzou a bola e André Pinto de primeira fez o 1-0, aos nove minutos, dando razão aos seu técnico na aposta para o onze. Lutava-se muito mas jogava-se pouco e o Marítimo criou perigo aos 18 minutos num livre de Dinda que Carrapato defendeu para canto.

Os pupilos de Peseiro, muito concentrados, espreitavam como podiam o contra-ataque. E foi mesmo numa situação dessas, que Adriano quase chegou ao 2-0, quando estavam decorridos 32 minutos, após novo centro de Alvarez.

Os homens de Vingada dominavam, Mas com pouca imaginação para ultrapassar a defesa alvinegra. Danny e Gaúcho ainda ameaçaram Carrapato, mas este esteve sempre atento e seguro. Quando já se pensava no intervalo, após um livre apontado por Ricardo Esteves, Nelson embrulhou com os seus colegas da defesa e largou a bola à boca da baliza, e o goleador Adriano limitou-se a empurrar para o 2-0.

«Pé canhão» anima a partida

No recomeço, o treinador dos verde-rubros apostou no reforço ofensivo, retirando o inoperante Márcio Abreu e fazendo entrar mais um avançado: Jaques.

Mas seria o pé canhão de Dinda a animar a partida, na marcação de um livre directo, ainda longe da baliza nacionalista, a reduzir o marcador aos 57 minutos.

Dai em diante a pressão dos maritimistas acentuou-se, perante um conjunto do Nacional que defendia como podia, apenas reagindo em contra-ataque.

Ninguém estranhou que aos 83 minutos, Gaúcho (quem poderia ser?) conseguisse igualar a partida, desviando o centro de Hugo Morais. Talvez estivesse reposta a verdade da partida. Ao melhor aproveitamento do Nacional respondeu o Marítimo com mais tempo de ataque, mais livres, mais cantos e mais remates, mas menos eficácia, e um futebol pouco esclarecido, baseado mais no coração no que na razão.

Erro infantil da defesa maritimista

Os erros pagam-se caro. Ainda mal os seus adeptos festejavam a igualdade, Gouveia sofreu uma falta, os defensores adversários voltaram as costas e este marcou de imediato o livre, para Cleomir, que lhe devolveu rapidamente a bola. Gouveia não se fez rogado e bateu Nelson, quatro minutos depois do empate.

Estava escrito que neste regresso aos Barreiros os alvi-negros seriam mais felizes e eficazes, e que num derby tudo é possível. A equipa pior classificada e que já não vencia há sete jornadas, triunfou desta feita. Foi o prémio para o labor e crer da formação de Peseiro. E um grande aproveitamento, pois para além dos golos e de uma perdida de Adriano, Serginho já em tempo de descontos, podia ter chegado ao 4-2, aproveitando uma falha de Nelson. Mas errou o alvo.

Foram 90 minutos de emoção e muita luta, mas de pouco futebol, num estádio onde primou o ¿fair-play¿.

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