Farense-F.C. Porto, 1-3 (crónica) - TVI

Farense-F.C. Porto, 1-3 (crónica)

Portistas voltam a dar-se bem com os ares do sul Os algarvios prometeram jogar, mas nunca cumpriram. O F.C. Porto passou pelo São Luís meio adormecido, por vezes surpreendido com tanta coisa boa em tão pouco tempo. Venceram, mas ainda não foi desta que convenceram toda a gente.

À imagem do que sucedeu em Campo Maior, onde venceu por 5-0, o F.C. Porto sai de Faro com três pontos e um suspiro de alívio. Mas deixa a estranha sensação de pouco ter feito para merecer tamanha felicidade. 

Esta noite, como em Campo Maior, a grande «qualidade» do F.C. Porto foi encontrar um adversário mais fraco. O Farense, equipa que prometeu mudar de futebol com Ismael Diaz, parece desejosa de voltar aos dias de sofrimento, quando batia primeiro e jogava depois. 

Os algarvios entraram com uma equipa que parecia de ataque. Pelo menos tinha três avançados. Mas cedo se percebeu que não o eram. Zegarra notabilizou-se por participar em lances que terminaram com o cartão amarelo na mão do árbitro. Jean Paulista raramente foi capaz de ultrapassar Secretário e quase nunca por mérito do defesa portista. 

Se os avançados só no papel o eram, os médios levavam a palavra demasiado a sério. Começaram no meio e dali não saíram quase nunca. O F.C. Porto demorou tempo a conseguir tirar partido da desinspiração alheia. 

O Farense quando tinha a bola nada fazia, quando a perdia corria muito e isso atrapalhava. Aos 20 minutos, no entanto, Chainho e Drulovic começaram a aparecer. Quando aos dois se juntou Pena, a bola entrou na baliza de Raul Iglesias. 

Ninguém saberá qual seria a exacta capacidade de reacção do Farense ao golo portista. Dez minutos depois dos braços no ar de Pena, Zegarra foi embora. Até ao intervalo sobraram assobios para José Leirós e é difícil concordar com os adeptos do Farense. A expulsão do peruano é correcta e a culpa exclusiva do jogador. 

Reacção e... Drulovic 

Com 1-0 e trabalho facilitado, o F.C. Porto preparou-se para esperar e ver. O meio-campo chegava para as encomendas e lá atrás começava a guerra entre Jorge Costa e Hassan, que haveria de terminar com vários pitons e cotovelos em sítios impróprios e uma bola na cara do capitão portista. Na direita, Cândido Costa passava a dispor de um pouco mais de liberdade, mas, para azar de Fernando Santos, o jovem extremo direito era o menos inspirado. 

Capucho começou a aquecer e a substituição aceitava-se. Mas como muitas vezes sucede, haveria de ser precisamente Cândido Costa a colocar mais um número no marcador. O remate saiu forte, bateu num jogador algarvio e acabou do lado errado de Iglesias. Cinco minutos depois foi para o duche. 

Com vinte minutos para jogar, o Farense fez o que a sua natureza manda: continuou a lutar. Como o F.C. Porto manteve a atitude vagamente alheada de toda a partida, os algarvios foram subindo. Balela tirou um defesa e aceitou jogar três para três com Capucho, Pena e Drulovic. Teve coragem e, em diversas ocasiões, teve quase mais uma bola portista na sua baliza. Mas safou-se. 

Deu para marcar um golo e pensar que era possível. Não era. Drulovic saiu lá da esquerda como quem se levanta da cama à segunda-feira. Perguntou se tinha mesmo de ser. Tinha, portanto ele foi por ali, tirou um da frente, entrou na grande área e viu a bola acabar na baliza. A vitória começava e acabava nos pés do jugoslavo, o melhor em campo. 

O F.C. Porto saía de Faro com três pontos, mas sem a garantia de que tudo está bem. Mas deve estar, sobretudo enquanto os adversários forem mais fracos e cometerem mais erros.

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