Rui Vitória: o percurso no Benfica em números - TVI

Rui Vitória: o percurso no Benfica em números

Rui Vitória

Dos títulos às vitórias, o que fica das três épocas e meia do sucessor de Jorge Jesus nas águias

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Ao fim de três épocas e meia, Rui Vitória deixou de ser, esta quinta-feira, treinador do Benfica. O homem que rendeu Jorge Jesus em 2015/2016 na Luz viu consumado o fim de ciclo após a derrota em Portimão. Um fim pouco mais de um mês após o presidente dos encarnados, Luís Filipe Vieira, ter renovado confiança, na sequência da goleada sofrida em Munique.

Mas nem as sete vitórias consecutivas que se seguiram, superaram o inevitável, consequência após empate na Vila das Aves – que até ditou apuramento para a final four da Taça da Liga – e do desaire de quarta-feira ante o Portimonense. E é pelo desempenho desportivo de Rui Vitória no Benfica que aqui viajamos.

Foram seis títulos: dois deles, nas primeiras duas épocas, deram o inédito «tetra» aos encarnados. A temporada 2015/2016 viu ainda a conquista de uma Taça da Liga. Mas o auge viria na seguinte: além da Liga, 2016/2017 trouxe uma Supertaça e a Taça de Portugal. O sexto e último título foi em agosto de 2017: a segunda Supertaça.

Dos troféus ao que os origina, Rui Vitória deixa o Benfica com um total de 184 jogos. Registou uma percentagem de 67,93 por cento de vitórias – total de 125 – além de 28 empates e 31 derrotas.

OS NÚMEROS DE VITÓRIA NO BENFICA, ÉPOCA A ÉPOCA
2018/2019: 31 jogos | 19 vitórias, 6 empates, 6 derrotas | Golos: 55-32.
2017/2018: 47 jogos | 28 vitórias, 9 empates, 10 derrotas | Golos: 94-45
2016/2017: 54 jogos | 38 vitórias, 10 empates, 6 derrotas | Golos: 118-43
2015/2016: 52 jogos | 40 vitórias, 3 empates, 9 derrotas | Golos: 122-42
TOTAL: 184 jogos | 125 vitórias, 28 empates, 31 derrotas | Golos: 389-162

Do auge do «tetra» à lenta queda

Em 2015/2016, Rui Vitória entrou no Benfica a perder a Supertaça Cândido de Oliveira para o Sporting de… Jorge Jesus. Viria, no entanto, apesar da eliminação na Taça de Portugal à quarta eliminatória, a conquistar o campeonato – então o «tri» - e a Taça da Liga. Na Liga dos Campeões, registou a melhor das campanhas no seu reinado: quartos de final.

Esta foi, aliás, entre as três épocas concluídas, a de maior percentagem de vitórias no Benfica (76,9 por cento), a de mais golos marcados e a de menos golos sofridos. A partir daí, foi sempre a piorar neste capítulo. As duas campanhas seguintes tiveram pior percentagem de triunfos, menos golos marcados e mais sofridos.

O auge surgiria na segunda época, que abriu com a conquista da Supertaça e acabou com a «dobradinha» na Liga – o «tetra» e na Taça de Portugal. Pior na defesa da Taça da Liga, com queda nas meias-finais e na liga milionária, ao ficar pelos «oitavos».

A partir daí, foi quase sempre a descer. Lentamente.

A época 2017/2018 ainda começou com a segunda Supertaça da era Rui Vitória, mas cairia o sonho do inédito «penta», evitado pelo FC Porto de Sérgio Conceição. Além disso, a pior prestação entre as 80 equipas nas competições europeias, a eliminação nos «oitavos» da Taça de Portugal e na fase de grupos da Taça da Liga. Pior, era quase impossível, comparado com as épocas anteriores.

Na atual, apesar de ter seguido para a Liga Europa via terceiro lugar e de ainda estar, ao contrário de 2017/2018, nas duas taças internas, o quarto lugar na Liga, a sete pontos do líder FC Porto, tornou a espiral negativa insustentável.

Vitória nos clássicos: o escasso aproveitamento

Medir o percurso de Rui Vitória no Benfica pelos números nos clássicos, ante FC Porto e Sporting, é redutor. Mas diz algo do que foi um escasso aproveitamento e superioridade direta nos duelos diretos com os maiores oponentes na luta por títulos em Portugal.

Ao todo, foram 16 clássicos em três épocas e meia, com apenas três vitórias e um total de 11 golos marcados e 16 sofridos nestes encontros.

Contra o Sporting, foram nove dérbis. Destes, Rui Vitória venceu dois, perdeu três e empatou quatro. Uma das vitórias, em Alvalade, lançou o título em 2015/2016. Outra, a exemplo, custou uma derrota na Supertaça da mesma época. Ante os leões, um registo negativo de 7-10 em golos.

Contra o FC Porto, a mesma tendência de pouco aproveitamento. Em sete clássicos com os dragões, Rui Vitória triunfou apenas num e já esta época, na Luz, para a Liga. Antes, três empates e três derrotas, com um saldo negativo de 4-6 em golos.

Vitória vs Jesus: a exigência de superar o mais titulado

Em seis épocas nas águias, Jorge Jesus atingiu o estatuto de treinador com mais títulos ao serviço do clube encarnado. Foram dez títulos: três campeonatos, uma Taça de Portugal, cinco Taças da Liga e uma Supertaça. Em proporção, as seis conquistas em três épocas e meia não ficam atrás do atual técnico do Al Hilal. Mas o percurso fica ligado a uma inevitável comparação com o antecessor.

Vitória entrou debaixo de olho dos adeptos, até conseguiu o recorde de 88 pontos num só campeonato, completou o «tetra», mas muitas vezes o futebol é o presente e o técnico de 48 anos sai pela porta dos maus resultados. E com a pior pontuação da década à 15.ª jornada.

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