Agora, é a vez dos sócios receberem o que lhe foi prometido em troca desse apoio. A espanhola Telefónica é um deles e, com a sua posição de 9,96% no capital da operadora, terá direito a qualquer coisa como 300 milhões de euros em dividendos e acções.
Na última assembleia-geral da PT, a primeira depois daquela em que foi chumbada a desblindagem de estatutos chumbando a OPA da Sonae, os accionistas aprovaram a remuneração a distribuir.
Cálculos feitos pelo diário espanhol «Cinco Dias» indicam que a espanhola vai receber 53,3 milhões de euros em dinheiro, relativo a dividendos, e 44 milhões de euros em acções, na sequência da redução de capital, seguida de devolução nominal aos accionistas.
Os restantes 200 milhões serão recebidos sob a forma de acções. Uma das medidas adoptadas pela PT para se defender da OPA da Sonae passou pela recompra de acções no valor de 16,5% do seu capital, a amortizar.
Com isto, a PT reduz o número de títulos em circulação, aumentando o valor das acções. Mas, no caso da Telefónica, a operação resulta num aumento da sua posição, para mais de 10%, algo que é proibido pelos estatutos da PT.
Assim, se não se chegar a um acordo entre as duas empresas, a Telefónica terá de vender o excesso de acções a partir dos 10%.
Cálculos do «Cinco Dias» revelam que esse excesso corresponde a cerca de 18,2 milhões de acções, porque a redução prevista levaria a percentagem de participação da Telefónica na Portugal Telecom para 11,93%, quase mais dois pontos do que actualmente.
Aos preços actuais, a venda dos títulos renderia à Telefónica mais 190 milhões de euros, um valor que pode ser obtido pela espanhola sem quebrar o acordo com a PT nem colocar em risco as negociações para a compra da Vivo.
PT vai pagar quase 300 milhões à Telefónica
- Redação
- PGM
- 4 mai 2007, 12:16
A PT conseguiu vencer a guerra contra a Sonae, graças ao apoio dos seus accionistas.
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