Benfica-Marselha, 1-1 (destaques) - TVI

Benfica-Marselha, 1-1 (destaques)

Van Hooijdonk leva tudo a sério Carlitos foi o rei dos aplausos, Dani mostrou que está apenas a meio metro da «explosão» e Van Hooijdonk demonstrou, uma vez mais, que para um bom ponta-de-lança não há dias de folga.

Carlitos

Foi de longe o jogador do Benfica que mais aplausos arrancou aos espectadores. Talvez porque o seu futebol é vistoso, todo feito em velocidade e explosão. Com o Marselha, teve um jogo à sua medida: muitos espaços, um lateral adversário muito ofensivo, e dois médios alimentadores (Chano e Dani) habituados a explorar os flancos com aberturas à distância. Apesar de uma exibição indiscutivelmente agradável, continua, porém, a deixar expressas algumas limitações no momento de tomar a última opção. Ganhar a linha de fundo não é problema para ele. Encontrar o passe certo, ou o espaço de remate, às vezes é. 

Dani

Dois jogos bastaram para deixar claro que tem todas as condições para desempenhar um papel fundamental na reconstrução da equipa. Mourinho escolheu-o para desempenhar um papel que, não por acaso, é o ideal para as suas características. Na zona central, com possibilidade de descair para os flancos, dispõe de liberdade para optar entre o passe longo e o drible curto, funcionando como ideólogo de serviço. As ideias estão lá, a técnica também, e a vontade parece não faltar. Já só falta mesmo um bocadinho mais de condição física, para lhe permitir ganhar aquela fracção de segundo, aquele meio metro capaz de fazer a diferença. Já faltou mais... 

Van Hooijdonk

Poucos minutos antes do golo, teve um daqueles lances caricatos que antigamente serviriam para definir um tosco, ao chutar em seco uma bola aparentemente morta. Mas quem se riu naquela altura teve de fazer mea culpa pouco depois, ao vê-lo cabecear com a eficácia de sempre um passe teleguiado de Chano. Mais do que o oportunismo, do que o sentido de baliza, e muito mais do que a capacidade técnica, tem sido acima de tudo o espírito competitivo -que se nota mesmo em jogos menos motivadores como este - a salientá-lo nesta equipa. Grande jogador, sê-lo-à ou não, conforme os gostos. Grande contratação, é-o sem dúvida alguma. 

Bossio

Oportunidade bem agarrada, graças a uma exibição segura, com três defesas difíceis a remates de Marcelinho (dois) e Adriano e consistência apreciável nas saídas. Enke não está perto de deixar a titularidade, mas Bossio deu a resposta que Mourinho certamente esperava, dizendo claramente ao novo técnico que não vai deixar de lutar pela baliza. 

Marcelinho e Adriano

Num Marselha muito desfalcado mas ainda assim bastante consistente, os dois brasileiros foram praticamente a única fonte de criatividade, alegria e talento puro na equipa de Abel Braga. Marcelinho saiu ao intervalo, depois de ter monopolizado os lances de perigo criados pelos franceses na primeira parte. Adriano foi-se libertando com o passar do tempo, acabando por fabricar o lance do golo, e desperdiçar a última oportunidade visitante, com Bossio a negar-lhe o golo já perto do fim. 

Juventude

O Benfica acabou o jogo com seis elementos da equipa B. E embora seja prematuro tirar conclusões precipitadas, só esse simples registo aritmético tem conotações positivas, uma vez que para Mourinho há bastantes opções de recurso que não estão assim tão longe da primeira equipa. Ninguém saiu da Luz com a convicção de ter assistido ao nascimento de uma estrela, mas Diogo Luís voltou a ter uma exibição na linha da conseguida na estreia - embora tenha culpas no lance do golo - e Celino e Jorge Cordeiro mostraram, nos últimos minutos algumas qualidades técnicas promissoras.

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