«Nós somos muito amigos de Timor, somos um país irmão de Timor, mas há regras e há limites que têm de ser respeitados. E quando não são, isso tem consequências», começou por dizer Passos Coelho, aos jornalistas, durante uma visita a uma empresa portuguesa da área das tecnologias de informação, em Algés.
Depois, lamentou o que aconteceu e deixou um aviso: «Tenho pena, lamento profundamente que tudo aquilo que foi a troca de informação que foi registada antes destas decisões serem tomadas não tivesse sido suficiente para evitar este desfecho. Agora, teremos de viver com ele e teremos de aprender com esses resultados».
Embora admita que a cooperação com Timor-Leste na área judiciária, «uma área muito particular e muito sensível», possa vir a ser retomada, colocou algum entrave nos próximos tempos:
«Poderemos estar abertos (...) mas para que isso aconteça ainda muita água terá de correr debaixo das pontes, e muita coisa terá de ser reavaliada»
Passos Coelho não parece, assim, ter ficado convencido com as explicações dadas pelo seu homólogo timorense, Xanana Gusmão, em entrevista à Lusa. Xanana referiu que o Conselho Superior da Magistratura timorense «não compreendeu» a resolução que determinou suspensão dos contratos e realização de auditoria ao setor judicial, mantendo os magistrados em funções.
A ordem de saída do país foi a alternativa que governo tinha em mãos, alegou. O primeiro-ministro timorense mandou, ainda, um «abraço» aos portugueses e pedi para que entendessem que não tem nada contra Portugal.